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Sem o cinturão de concreto

A torcida do Ceará acostumou-se com Michel, Heleno e João Marcos em campo, barreira difícil de ser ultrapassada. Mas esse trio hoje não jogará. Eles fazem parte de um sistema de marcação forte que jamais deu sossego aos adversários. Desempenho eficiente só comparado ao da famosa "Linha Maginot" (Tancredo, Airton e Walter) do Maguari de 1939. Um dia essa ausência teria de acontecer. Resta saber como o alvinegro se comportará nas novas circunstâncias. Seja como for, aí estão jogadores como Eusébio, Thiago Humberto, Felipe Azevedo, Enrico, Edmilson, dentre os que terão a missão de manter o padrão do setor que é tido e havido como o de produção mais regular do time. De qualquer forma, quando a equipe sofre elevado número de substituições, geralmente perde um pouco da automação. Nessa parte reside a maior preocupação dos alvinegros.

Grêmio, o adversário

O visitante passou cinco rodadas sem vencer (Figueirense, 0 x 0; América/MG 1 x 1; Flamengo, 2 x 0; Atlético/MG, 2 x 2; Palmeiras, 0 x 0). O novo técnico, Celso Roth, estreou há duas rodadas: empatou com o Palmeiras e ganhou (2 x 1) do Fluminense. Ele quer que o time seja mais rápido. Por isso tem dúvidas quanto a Douglas e Marquinhos juntos. Na classificação, o Ceará é 12º; o Grêmio, 14º. O Ceará soma 19 pontos; o Grêmio, 18.

Expectativa

Edmilson ganha nova oportunidade de mostrar que tem mesmo condição de atuar como titular do Ceará, com a mesma eficiência de seus áureos tempos. Na estreia, Edmilson foi infeliz. Sentiu a falta de ritmo e viu o Avaí ganhar por 3 a 0 em pleno PV. Edmilson teve de ser substituído no intervalo. Já no jogo diante do Corinthians (2 x 2), no Pacaembu, ele se comportou melhor ao substituir o zagueiro Anderson Luís, que saiu contundido. Expectativa sobre seu desempenho hoje.

Rendimento das contratações

Na luta por reforços de última hora, Fortaleza e Guarany de Sobral fizeram várias contratações. O presidente Osmar Baquit não poupou esforços. Os Torquato (pai e filho) também investiram. A resposta em campo tem sido mais favorável ao time sobralense que ocupa a vice-liderança. Embora o Guarany tenha perdido o confronto direto para o Fortaleza (3 a 1, de virada no PV), na pontuação geral o Bugre deu-se melhor. Luiz Torquato optou por valores já conhecidos da terrinha, a partir do próprio treinador Oliveira Lopes. Seus resultados são animadores. O Fortaleza parte para desafio definitivo no Junco. Hora tirar as dúvidas sobre quem optou pela filosofia de trabalho mais adequada.

Recordando

Década de 1970. A partir da esquerda: Edmar, Tércio e Othon Borges, na época em que estavam no Ceará Sporting Club. Detalhes: Edmar atualmente é treinador de futebol. Não sei onde anda Tércio, bom lateral-direito. O coronel Othon Borges foi preparador físico de vários clubes cearenses. Primava pela disciplina e dedicação ao trabalho. Há alguns anos, Othon teve problemas de saúde e morreu. (Acervo de Elcias Ferreira).

Responsabilidade e cobrança

O cartaz de Carlinhos Bala não terá sentido se não for traduzido em gols. Na estreia, foi bem. Fez um gol, mandou bola na trave e chamou a si a responsabilidade. Já no empate com o Campinense (1 x 1) ele ficou devendo. Agora, para o jogo em Sobral, nenhum pretexto justificará possível baixa produção do atacante. Hora de resolver mesmo. Tudo ou nada.