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Raça cearense no Pacaembu

O Corinthians tinha projeto de passar por cima do Ceará. Ficou no projeto. O Ceará falhou muito no primeiro tempo porque deu espaço demais. O Coringão fez 1 a 0 com Paulinho e poderia ter feito mais com William e Ramón. Só Osvaldo incomodava os paulistas. De sua esperteza o gol de empate quando Chicão e Júlio César cochilaram. Mas Alex nem deixou comemorar. Pela frágil marcação do Ceará, ele pegou espaço livre e fez um golaço (2 x 1). Na fase final, o Ceará surpreendeu. Apertou o Corinthians. Mancini demorou a substituir Roger, mas depois apostou no jogo ofensivo com Washington e Nicácio. Quase ganhou, não fora a infelicidade Nicácio pouco à frente, impedido, quando fez um gol. Mas Rudnei estabeleceu a justiça no placar. Empate importante pela forma como aconteceu: um Ceará brioso, sempre em busca de melhor situação.

Presença importante

Rudnei não foi tão brilhante quanto na vitória sobre o São Paulo, mas voltou a dar importante contribuição não apenas pelo gol de empate, mas pela participação coletiva: combateu, apoiou, finalizou. A vocação dele é ofensiva. Difere de João Marcos, que igualmente trabalha bem no setor. João é mais firme na marcação, Rudnei é mais convicto no apoio ao ataque. Não dá mais para se pensar no Ceará sem Rudnei. Pelo menos nas circunstâncias presentes.

Anotações

Corinthians senhor do primeiro tempo. Marcação ruim do Ceará, com sistema defensivo confuso. Danilo, Paulinho, Alex e William, rápidos e com toques, trafegaram livremente. /// Diego, apesar da falha no primeiro gol do Corinthians, redimiu-se com três arrojadas defesas. /// A dúvida na meia continua: Felipe Azevedo, que atuara bem no jogo anterior, voltou a não ter a mesma produção. /// Por que Nicácio e Washington ficaram tanto tempo no banco? Roger não fora bem contra o São Paulo e não estava bem diante do Corinthians. /// Vendo a falha defesa do Ceará no primeiro tempo, fiquei a perguntar por Erivelton, que sem nenhuma explicação foi afastado. Coisas do futebol.

Exagerada cedência

O gol de João Victor, no início da fase final, gerou no Fortaleza a expectativa de mais uma vitória. E de fato o tricolor poderia tê-la conseguido. Mas a cedência do empate (1 x 1) colocou novamente o Leão numa situação delicada, máxime porque enfrentará o Guarany/S, vice líder, no Junco. O Fortaleza aceitou demais a pressão do Campinense. Foi o seu maior erro.

Perspectivas

Agora o Fortaleza encontra-se na obrigação de ganhar em Sobral, fato que gera muita tensão. Ontem o Campinense subiu todo na fase final e deu chances e espaços para o Leão jogar no contra-ataque. Lamentavelmente o tricolor não soube disso tirar proveito, apesar de ter jogadores velozes como Carlinhos Bala e Vavá. A entrada do atacante Vinícius foi tardia. O Fortaleza já houvera sofrido o gol de empate. Desta vez, Bala e Vavá ficaram devendo.

Assinatura do gol

O Guarany, ao golear o América/RN (3 x 0) que até então tinha 100% de aproveitamento, deu recado curto e grosso: no Junco faz a diferença e lutará pela vaga. Foi assim que se sagrou campeão da Série D nacional em 2010. E mais: o belo gol do baixinho Clodoaldo também provou que ele ainda poderá dar muito trabalho aos adversários que enfrentará. Ele jamais perdeu a magia de gols que sabiamente assina com um simples toque de seu talento.

Recordando

Década de 1970. A partir da esquerda: o zagueiro Artur Ribeiro do Carmo recebe os cumprimentos do coronel Adauto Bezerra que foi governador do Estado, deputado, político de destaque. Artur atuou como zagueiro, meia e algumas vezes até na ponta-esquerda. Brilhou no Ceará, Fortaleza e Botafogo/RJ. Depois abraçou a carreira de treinador. Morreu em 2007. (Colaboração de Elcias Ferreira).