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Grave problema alvinegro

Voz unânime: a derrota do Ceará (1 a 0) para o Santos foi normal. É verdade. Mas essa interpretação simplista esconde grave problema por que passa o time: a falta de gols. Há 270 minutos e acréscimos, o alvinegro não assinala um sequer. Não de hoje a jogada morre nas isoladas tentativas de Osvaldo ou nos cruzamentos que sempre esbarram nas defesas adversárias. Ontem, tropeçou na mesma pedra. O Ceará começou melhor e assim permaneceu até aos 27 minutos, quando Muricy trocou Leandro por Diogo, passando Arouca para a ala direita. O Santos cresceu fez 1 a 0 com Borges e poderia ter feito o segundo com Ganso. Na fase final, os santistas administraram a vantagem. Mancini promoveu alterações que em nada resultaram. Entraram mal Felipe Azevedo e Enrico. A incompetência de finalização determinou mais uma derrota do Ceará.

Risco ampliado

O técnico Vagner Mancini, após o jogo, fez considerações pertinentes. Vem avaliando todo o grupo pela necessidade de ter o elenco completo à disposição, haja vista o desgaste da Série A e já agora a Sul-Americana. Mas de nada adiantará explicações plausíveis se os resultados continuarem insatisfatórios. A derrota para o Santos por 1 a 0 no Pacaembu é absorvível. Mas não será absorvível uma queda que leve o time à zona maldita. É bom que reflita sobre isso também.

Anotações

Numa simples mudança, Muricy arrumou a casa santista e chegou ao gol, criando além deste outras oportunidades. Mancini mexeu em três posições e não mudou a produção alvinegra. Culpa de Mancini? Não. Ele até quis fazer o Ceará mais ofensivo. Culpa dos atletas, mormente Enrico e Felipe, que não corresponderam. /// Diego foi protagonista da mais bela defesa do jogo senão a mais bonita da rodada: chute à queima-roupa de Elano. Diego espalmou. Espetacular. /// No gol de Borges, a zaga do Ceará cochilou no instante em que Diego rebateu a bola. Nem Fabrício nem Anderson Luiz chegaram para neutralizar. /// O melhor do jogo, disparado: Arouca. Esse, sim, sabe o que quer e sabe o que faz.

Ânimo novo no Pici

O técnico Arthur Bernardes foi muito feliz nas substituições que fez e levou o Fortaleza à vitória, de virada (3 x 1). Na fase final, Arthur colocou Wellington Amorim, Vinícius e Pereira. Pôs o time todo para frente. Deu certo. Há um novo ânimo no Pici. Mais que a vitória, a retomada da confiança afasta os fantasmas e dá tranquilidade para os próximos jogos.

Repercussão

Estreia de Carlinhos Bala foi um sucesso. Marcou um gol, mandou bola na trave, chamou a si a responsabilidade, segurou a bola para gastar o tempo quando necessário. /// O golaço de Esley foi o do desabafo, o da vontade de quebrar desenganos, o da ânsia de vencer. /// O ótimo time do Guarany teve o jogo na mão. Começou melhor e poderia ter feito 2 a 0. Mas Panda vacilou ao perder o pênalti. A crença na reação tricolor começou ali.

Notas & notas

O Icasa obteve outro bom resultado fora: 1 x 1 com o ABC em Natal. E hoje aguarda a chegada de Júnior Xuxa, que está de volta. Só falta mesmo sair da zona maldita. /// Um equívoco fez-me registrar na sexta-feira passada o aniversário do sportsman Sacha Jucá, mas seu aniversário é hoje. Na sexta, ao ler a nota, Sacha brincou e disse-me que foi até bom porque provoquei uma comemoração prolongada. Valeu, querido amigo. Parabéns.

Recordando

1982. Uma das visitas de Zico, eterno ídolo do Flamengo ao Ceará. Zico havia conquistado o título mundial pelo Flamengo no ano anterior. Onde Zico chegava, era ovacionado pelas multidões. Aqui não foi diferente. No ônibus, pacientemente atendeu aos torcedores defronte ao Othon Palace Hotel, na Av. Beira-Mar em Fortaleza. (Colaboração do jornalista Egídio Serpa).