Cuidado com o lanterna
O próximo adversário do Ceará é o último colocado na classificação: Atlético/PR. Essa equipe, que tem apenas cinco pontos, somente alcançou a primeira vitória na 11ª rodada. Passa a impressão de que será jogo fácil para o Ceará no PV. Mas é melhor tomar alguns cuidados. Exemplo: na rodada anterior, Botafogo/RJ, talvez iludido pela pífia campanha do Atlético, imaginou que não teria problemas. Resultado: perdeu por 2 x 1. O técnico do Atlético é Renato Gaúcho. Lá estão alguns conhecidos como Kleberson, Morro Garcia e Madson. Um time que luta para sair da última colocação. Ao Ceará cabe a advertência: não menosprezar o adversário que é lanterna. Talvez por não ter feito correta avaliação, o Botafogo quedou surpreendido pelos paranaenses. Vexame assim pode perfeitamente ser evitado pelo Ceará.
Alguns detalhes
O uruguaio Morro Garcia foi contratado pelo Atlético/PR ao Nacional/URU por cerca de R$ 7,66 milhões. Ele fez os dois gols da vitória do Atlético sobre o Botafogo (2 x 1). Além disso, foi incluído na seleção da 11ª rodada da Série A. Garcia está no embalo da sensação do futebol uruguaio no momento. Que a defesa do Ceará fique atenta. /// Kleberson é outra referência do Atlético. Atuou no Manchester United/ING, Besiktas/TUR e estava no Flamengo no ano passado. Kleberson foi Campeão mundial pelo Brasil em 2002 na Copa Coreia-Japão, quando jogou a final contra a Alemanha na formação da qual também fez parte Edmilson, hoje no Ceará. Foram, portanto, companheiros na conquista do penta.
Ótima fase
O momento do Ceará é de ascensão e confiança. A rigor, temos de reconhecer: o alvinegro somente voltou a ser extremamente seguro na marcação depois que Heleno voltou a compor o cinturão de concreto que forma ao lado de Michel e de João Marcos. Aliás, eu não sei a razão por que durante tanto tempo ele ficou fora do time titular. Ainda bem prevaleceu o bom senso, como em seus comentários Sérgio Pinheiro pedia nos programas da Verdinha 810.
Leão: hora de recomeçar
Lamentação não leva a nada. No Fortaleza tudo está difícil, mas não há obstáculo perene quando o time se dispõe à luta. Bahia e Vitória já estiveram na Série C. Subiram. O Fortaleza pode subir. Se, porém, a descrença prevalecer sobre a esperança, seria melhor desistir. Para comandar a retomada, acertará quem apostar na fibra cearense a partir de Guto e Gilmak.
Recordando
Década de 1970. O capitão brasileiro no tri mundial na Copa do Mundo no México, Carlos Alberto Torres, aí aparece ao lado de Nicácio, quando do amistoso entre Fluminense do Rio de Janeiro e um "combinado Guarani-Icasa", representando Juazeiro do Norte. O jogo foi realizado no Romeirão, que recebeu público de mais de 24 mil torcedores. (Colaboração de Wilton Bezerra).
Sem desespero
É compreensível a manifestação da torcida do Fortaleza nos protestos contra o atual momento por que passa do Leão. Mas posso afirmar que o desespero e o destempero só atrapalham. Em situações assim, só mesmo a serenidade ainda será capaz de conduzir o clube a uma reviravolta. Sem isso, todo e qualquer tipo de reação que ultrapasse os limites da decência, partindo para insultos e agressões, tenderá a conturbar mais ainda o ambiente.
Notas & notas
Do leitor José Clairton (clairton@pmens.com.br): "O relato sobre a postura de alguns jogadores do Flamengo denunciou a discriminação velada contra a nossa região". Ainda bem o Ceará respondeu em campo. /// Do ex-árbitro Gustavo Maia: "No Mengo 1 X 1 Ceará, dois erros da arbitragem: falta de Diego Mauricio, empurrando Fabricio no choque com o goleiro e pênalti não marcado, de Michel em Diego Mauricio". Discordo dessa última parte.