Resposta em campo
O Ceará soube trazer bom resultado. Respondeu em campo, no Rio de Janeiro, o menosprezo que Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho demonstraram no episódio do terceiro cartão amarelo, que pegaram de forma proposital para não enfrentar o Ceará, por eles considerado time de menor expressão. No confronto direto com o Flamengo, em três jogos, sendo dois deles no Rio, o campeão cearense obteve uma vitória e dois empates. Aliás, no de sábado à noite, o alvinegro teve até chance de virar o placar nos instantes derradeiros. Certo estava o técnico Vanderlei Luxemburgo que, discordando de seus dois pupilos, previu dificuldades. E as encontrou. Flamengo foi o dono do primeiro tempo, quando fez 1 a 0. Mas a reação alvinegra na reta final, quando garantiu o empate (1 x 1, gol de Felipe Azevedo), acabou estabelecendo justiça no placar.
Participação
A entrada de Felipe Azevedo foi decisão corajosa do técnico Mancini, que resolveu tornar o Ceará mais ofensivo na luta para tirar a diferença a favor do Flamengo. E tirou. Felipe Azevedo entrou bem no jogo e coroou sua participação com o gol do empate. É importante notar o grau de confiabilidade da força reserva alvinegra. Reagir às circunstâncias adversas de uma partida é saber usar no tempo devido as disponibilidades do "banco". Nesta parte, Mancini se saiu bem.
Modelo certo
Revi, na preparação do Debate Bola (TV Diário), os principais movimentos do empate do Ceará. Muitos torcedores não entendem a razão por que Mancini, em determinadas situações, só manda o time subir depois que sofre o primeiro gol. Abrir-se todo seria risco desnecessário. Foi correto só liberar gradualmente o grupo, na medida em que havia o desgaste do Flamengo. O empate foi conseguindo com muita consciência. Isso confirmou o amadurecimento da equipe que soube se sair bem do aperto na casa do adversário. Controlou os momentos adversos, máxime no instante de maior domínio rubro-negro no primeiro tempo. E foi buscar melhor resultado, quando se sentiu suficientemente seguro.
Poderia ter sido maior
O placar (1 x 3 para o América/RN) poderia ter sido maior diante do Fortaleza, não fosse a participação do goleiro Lopes, que fez três notáveis defesas. Não entendi algumas críticas feitas ao goleiro tricolor, que teve significativo desempenho. Entendo até que Lopes pode ser colocado no rol das exceções, diante do fracasso tricolor sábado passado no PV.
Realidade
O Fortaleza da estreia, embora tenha perdido em Alagoas, foi melhor do que o Fortaleza do segundo jogo. A rigor, diante do América, atuou bem apenas durante os 15 primeiros minutos. Após tomar o gol de empate, o Leão foi cedendo espaço até quedar ante a melhor estratégia do visitante, que montou eficiente esquema de contra-ataque, mormente com o bom Mazinho fazendo a ligação. A marcação tricolor demonstrou fragilidade total.
Anotações
O meia Lelê, depois de Lopes, foi quem melhor atuou pelo Leão. /// Esley teve momentos importantes, inclusive com o golaço que marcou, mas não manteve o ritmo. /// Triste a caçada desleal imposta ao atacante do América, Vanderlei, que contundido teve de ser substituído. Inconcebível e desnecessária violência tricolor. /// Que melancólica despedida de Ferdinando Teixeira. Pelo histórico, ele não merecia sair de cena de forma tão decepcionante.
Fortaleza
1962. Campeonato cearense. O Nacional ganhou do Ceará por 3 x 1, resultado considerado zebra. E que zebra! A partir da esquerda: o famoso zagueiro do Ceará, Alexandre Nepomuceno, cumprimenta o meia Flávio do Nacional. O árbitro Raimundo da Cunha Rola, o popular Rolinha, concede entrevista antes do início da partida. (Colaboração de Jurandy Neves).