Futebol e compromisso
A lição tomada na Série C do ano passado deixou a cúpula do Fortaleza mais atenta e exigente, máxime após a derrota na estreia. Por pusilanimidade o Leão não subiu em 2010. Todos entenderam que de adversário forte só havia o Paysandu/PA. E mais: o Leão faria a festa no momento que assim entendesse. Ledo engano. Quando despertou para a realidade, foi tarde demais. E terminou perdendo a vaga, sob as lágrimas de Tatu, diante do Águia em Marabá. O Fortaleza precisa ser superior não apenas na tradição, mas também na produção. Não foi assim diante do CRB em Maceió. Se houver novo tropeço, não estará descartada medida de choque. Ferdinando Teixeira sabe disso e já aperta o grupo. Nada de contemporização. Só permanecerá no Pici quem quiser, com compromisso, jogar futebol. Quem não quiser se enquadrar, pode arrumar as malas.
Vacância
O atacante Sérgio Alves encerrou a carreira em 2009. Mas ainda agora está vago o lugar de centroavante ídolo no Ceará. Depois dele, muitos já passaram pela posição, mas nenhum se estabeleceu como ídolo. Outra vacância que perdurará por muito tempo, creio, será também na meia-cancha, onde Geraldo reinou absoluto nos últimos anos. Com sua saída, certamente demandará tempo outro atleta conseguir identificar-se com a torcida como Geraldo identificou-se.
Onde não funcionou
Os problemas do Fortaleza concentraram-se mais na meia-cancha e no ataque. A saída de bola ficou comprometida pelos constantes erros de passe. E o ataque minguou por falta de municionamento. Assim, Léo Andrade ficou na pior. Em Maceió, a entrada de Pereira, Lelê e Rodrigo Dantas fez o time mais ofensivo. Por isso Ferdinando Teixeira resolveu buscar nova formação. Dependendo do modelo tático, certamente exigirá de Guto mais apoio ao ataque pela esquerda. O ala pela direita, Márcio Gabriel, apoiou bem, mas errou feio nas finalizações. Também melhor participação será cobrada de Wellington Amorim que, em momentos, esteve ausente de um disputa mais forte.
Maior ídolo do momento
Depois da saída de Geraldo, quem passará a ser o maior ídolo alvinegro, Fernando Henrique ou Michel? Por ter mais tempo de serviço e envolvimento com as últimas conquistas do clube, Michel aproxima-se da trajetória de Geraldo, já pelo empenho e dedicação. Fernando, por suas defesas espetaculares, tem ocupado espaços. A voz da arquibancada é que dirá.
Notas & notas
Capacidade do Ginásio Paulo Sarasate é de oito mil torcedores. Mas em shows, se usado o espaço do campo de jogo, a capacidade sobe para 10 mil pessoas. /// O grande ídolo Gildo recebeu ontem, em sua casa na Gentilândia, o DVD com reportagens e entrevista que ele concedeu ao Debate Bola na TV Diário. A produção foi de Elizabeth Fontenele. /// Gostaria de um contato com Zé Paulo, ídolo do Fortaleza, maior marcador de Gildo nos anos 60.
Contraste
O Icasa tem tido surpreendente desempenho fora de casa. Não perde há três jogos seguidos no campo do adversário. Ganhou do Vila Nova em Goiânia (1 x 2), do Grêmio Barueri (1 x 2) em São Paulo e empatou (1 x 1) com o Duque de Caxias no Rio de Janeiro. Em compensação, há quatro jogos não ganha no Romeirão. Em Juazeiro, empatou com o Americana (2 x 2), São Caetano (0 x 0) e Asa (1 x 1) e perdeu para o Náutico (1 x 2). Que contraste!
Recordando
Garrincha no Romeirão. Década de 1970. Combinado de Juazeiro 3 x 1 Olaria do Rio de Janeiro. A partir da esquerda (só os jogadores): Nena, Garrincha, Bié e Geraldino Saravá. Na época o ídolo bicampeão mundial pelo Brasil, Garrincha, já em fim de carreira, excursionava pelo Brasil com o Olaria. O Romeirão superlotou, recebendo público superior a 24 mil torcedores. (Acervo de Tarcísio Facundo).