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Bobas comparações

Não existe modelo de PC Gusmão, de Dimas ou de Vagner Mancini. Existe modelo melhor adaptado às condições de momento do elenco do Ceará. O técnico tem de trabalhar de acordo com material humano disponível. Se cada novo treinador quisesse um time à sua imagem e semelhança, os onze jogadores seriam trocados ao capricho de conveniências pessoais. Claro que um novo técnico pode e deve pedir reforços para posições carentes, mas, o que vai além disso, precisa ser contido pela diretoria do clube. Portanto, o Ceará tem de ficar acima de bobas comparações. Se Mancini usar um estilo fechado não estará usando modelo de ninguém, mas sim o adequado às características do grupo. Quando ele tiver elementos para um esquema mais ofensivo, também não será o esquema de Mancini senão o melhor para a nova situação.

Polêmica

O que mais tem provocado polêmica é a forma como o técnico Mancini vem utilizando Geraldo, símbolo da ascensão alvinegra. A imagem de Geraldo na fria arquibancada pegou mal. Geraldo no banco até se admite, mas jamais entrando nos minutos finais, máxime se seus substitutos não estiverem rendendo mais que ele. Geraldo treinou por momentos entre os titulares. Pode ser que Vagner Mancini técnico esteja revendo conceitos. Mas ainda é nebulosa a intenção do treinador.

Consequências

Se vitória do Ceará, hoje, sobre o Atlético/MG, o técnico Vagner Mancini ganhará fôlego para continuar seu trabalho. Se perder ou empatar, sua situação estará a perigo. Da mesma forma, o técnico Dorival Júnior, do time visitante. Ele experimenta momentos de apreensão. Ceará e Atlético/MG passam por aflições semelhantes: vizinhos de posição (17º e 18º), vizinhos de sofrimentos. O Ceará levou 3 a 1 do Coritiba; o Atlético levou 4 a 0 do Internacional. Os dois estão na zona de rebaixamento. Há pressão das torcidas em Minas e aqui também, mas ainda num patamar suportável. Não sei como ficará para quem sair em desvantagem logo mais. Zona rebaixamento, não raro, é sinônimo de demissão.

Posto de observação

Faltam apenas dois amistosos para Ferdinando Teixeira tirar conclusões sobre a melhor formação tricolor, visando à estreia na Série C. Mas uma coisa é avaliação em treinamentos; outra, bem diferente, é a realizada em jogos oficiais. Portanto, a concorrência para compor o time titular continua aberta. Hoje, diante do Maranguape, mais observações.

Os concorrentes

O Fortaleza, tenho dito, está com um elenco de qualidade superior à esperada na Série C nacional. Há jogadores que poderiam até compor em times da Série A. Caso de Lopes, Luciano Sorriso e Wellington Amorim. Este, aliás, esteve no Ceará há bem pouco tempo. Mas o Fortaleza, mesmo com o bom elenco, não pode perder de vista a montagem dos concorrentes. Enfrentar o desconhecido é ampliar riscos já existentes nesse tipo de competição.

Mundial de clubes

Detalhe para o qual meu filho Marcel Barros chamou a atenção: o Mundial de Clube deveria ocorrer logo depois da decisão da Libertadores. Assim, os times iriam com as atuais formações. Em dezembro, as formações serão diferentes. O Santos, por exemplo, poderá ter negociado jogadores importantes. Há também casos em que clubes contratam ou "alugam" jogadores apenas para a decisão em dezembro. Falta continuidade, pois.

Recordando

1966. Estádio Presidente Vargas. Jogo entre os aspirantes de América x Tiradentes. No lance, o atacante Heitor Gentil, do América, assinala o segundo gol da vitória. Na jogada estão Wilson (bem à esquerda)e Mané. A foto pertence ao ex-goleiro Emanuel Róseo, que então atuava no América. Anos depois, Emanuel jogou no Ceará onde ganhou títulos. (Colaboração de Nonato Holanda).