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Apresentação impecável

Superioridade alvinegra em tudo. Exceto nos seis primeiros minutos, quando o Palmeiras agudo quase fez o gol numa cabeçada de Wellington, coube ao Ceará gradualmente tomar conta do jogo. O alvinegro foi feliz: no primeiro ataque, Washington marcou 1 a 0. Depois disso, o time ganhou confiança e dominou. Boiadeiro e Vicente perfeitos no apoio pelas extremas e o trio de ferro (Heleno, Michel e João Marcos) impecável na marcação. Dessa supremacia, veio o segundo gol: Thiago Humberto. O Palmeiras não saiu dos toques improdutivos. Na fase final, o visitante ainda esboçou reação. Filipão fez entrar Adriano, Patrick e Vinícius. Pouco mudou. O escudo alvinegro seguiu intransponível. Mancini mexeu para garantir o domínio. Iarley e Geraldo entraram para trabalhar a bola na reta final. Deu certo. Vitória justa. Impecável apresentação.

Placa de concreto

Certos estavam os que, como o comentarista Sérgio Pinheiro, defendiam a volta de Heleno à condição de titular do Ceará. Heleno é uma placa de concreto. Com ele na proteção, Michel e João Marcos encontram mais segurança e condições para subir, quando as condições são favoráveis. Heleno, hoje, marcou sem apelação. Jogou limpo, na bola. Aliás, valeu no Ceará a participação coletiva. O time todo jogou bem. Mas o melhor dos melhores, na minha opinião, foi o ala Vicente.

Detalhes

Situações comprovam o absoluto domínio do Ceará. Além dos dois gols, mandou três bolas na trave. /// Está provado que o time pode jogar fechado, mas criando perigosas situações nos contra-ataques. Foi assim que o Ceará venceu. /// Fabrício é um gigante na zaga do Ceará. Só uma vez vacilou. Foi aos seis minutos, quando Wellington Paulista apresentou-se livre na área e cabeceou, obrigando Fernando Henrique a fazer notável defesa. Depois disso, Fabrício foi senhor absoluto. /// Osvaldo tem sido importante pela velocidade e garra. Mas continua pecando pelo individualismo, fato que várias vezes o impediu de dar sequência à jogada. Mancini tem que conversar sobre isso com o jogador.

Eles fizeram a diferença

Os alas do Ceará, Boiadeiro e Vicente, tiveram produção excepcional. Detalhe: Boiadeiro, enquanto teve fôlego até parte da fase final; Vicente, no jogo inteiro. Já nos acréscimos, Vicente deu um pique como se o jogo tivesse começando. Eles fizeram cruzamentos na medida. No gol de Thiago, Boiadeiro cruzou e Vicente deu voltando para Thiago marcar. Um primor.

Adversário do Leão

Um dos fortes concorrentes do Fortaleza na Série C nacional será o Guarany sobralense. Todos sabem, até mesmo pelo que acontece nas disputas paroquiais, que o Bugre no Junco é adversário extremamente difícil. Basta lembrar que, no ano passado, quando da Série D, o Guarany despachou o Santa Cruz de Recife, não se intimidando sequer com o público de mais de 50 mil torcedores no Arruda. Em Sobral fez a festa. Ferdinando sabe disso.

Rigor na escolha

Passado o jogo de a apresentação diante do Trairiense, o Fortaleza busca agora consolidar o projeto que visa a levá-lo à Serie B nacional 2012. Talvez seja essa a etapa mais complicada a ser enfrentada pelo técnico Ferdinando Teixeira, que já aponta caminhos. Até o dia 17 de julho, data da estreia diante do CRB em Alagoas, os testes terão de ser num rigor sempre crescente, razão por que a escolha dos adversários exigirá criteriosa atenção.

Recordando

Década de 1960. Na foto ao lado está o cearense Paulo Borges, que jogou no América daqui e no Náutico de Recife. Na época, integrava o Nacional do Crato, time amador fundado pelo mecânico Gecildo Rodrigues. Foto batida no antigo Campo do Cariri. A partir da esquerda Cícero (hoje dentista), Paulo Borges (hoje aposentado da Aeronáutica) e Ítalo (irmão do comentarista Wilton Bezerra).