Mais uma vez como o condor-dos-andes

O Ceará enfrenta amanhã o Jorge Wilstermann na altitude de Cochabamba, na Bolívia. O desafio é dos mais difíceis. Vitória garante o Alvinegro nas oitavas da Sul-Americana

O Ceará precisa voar alto. Buscar nas alturas a vitória que lhe interessa. E recuperar em Cochabamba a classificação para seguir na Copa Sul-Americana. Cochabamba fica a 2.570m acima do nível do mar. O ar rarefeito lá em cima gera desconforto nos atletas acostumados  aos 21m acima do nível do mar da querida cidade de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. O Ceará é muito melhor que o Jorge Wilstermann. Quero acreditar que a superação alvinegra saberá dar a volta por cima amanhã, apesar dos desgastes de uma maratona desumana. A experiência adquirida em La Paz, cidade bem mais elevada que Cochabamba, será de grande valia na administração das condições físicas para o jogo de amanhã. Se obtiver êxito em campo, o Vozão também terá garantido significativo aporte financeiro. Num momento de receitas parcas, as rendas decorrentes de disputas internacionais dão para cobrir boa parte dos gastos da equipe. A necessidade de reabilitação, após dois insucessos consecutivos, certamente levará o elenco alvinegro a fechar questão, quanto à passagem para a próxima fase. Um terceiro insucesso poderá comprometer a autoconfiança do grupo. O condor-dos-andes voa a quase 5000m de altitude. Inspiração para o time alvinegro.  

Goleiro 

Felipe Alves é um dos melhores goleiros do Brasil. Digo sem medo de contestação: é o melhor ao sair jogando como “goleiro-linha”. Nesse quesito, quem dele se aproximava era o goleiro Everson, na época em que atuou pelo Ceará. Felipe tem excelente domínio de bola e muita calma na hora de sair para o jogo. Impressionante. 

Argumento 

Foi numa entrevista que Felipe Alves me levou a refletir mais sobre a forma de atuar como “goleiro-linha”. Sempre entendi que a função primordial do goleiro é pegar. Assim vi os maiores goleiros do mundo como Gilmar, Castilho, Lev Yashin e Gordon Banks, dentre outros. Mas, como diz Felipe, os tempos mudaram. A nova função do goleiro tem importância fundamental no iniciar dos ataques.  

Destino 

A Denise Santiago, ontem, no A Grande Jogada (TV Diário), lembrou bem. Quando há algum tempo Edinho esteve no programa, lembrei que ele, Romarinho e Osvaldo pareciam uns “Usain Boltzinhos” do Leão, já pela velocidade típica de quem disputa os 100m rasos. Edinho voltou ao noticiário. É incompreensível o Atlético não levar em conta jogador assim. Esses técnicos de futebol... 

Ficou por isso mesmo 

O Ferroviário foi vergonhosamente prejudicado por árbitros incompetentes. Em Minas, na Copa do Brasil, não validaram o legítimo gol de Adilson Bahia num pênalti em que a bola entrou. Na semifinal cearense, o mesmo Adilson Bahia, diante do Ceará, teve também um legítimo gol anulado. Os árbitros marcaram mais o Adilson Bahia do que os zagueiros adversários. Que vergonha!