De repente, show de futebol tricolor

Todo time passa por um período de transição. Cresce, atinge o ápice. Ganha tudo. Depois cai. É impossível manter-se vitorioso o tempo todo

As explicações no futebol não são fáceis. As transformações no futebol acontecem da noite para o dia. Há os "sábios" que logo encontram uma maneira de justificar coisas que eles mesmos não sabem. É incrível a rapidez com que o Fortaleza, que não jogava nada, passou a jogar tudo; que era alvo de preocupação, passou a ser alvo de aplausos. Será isso tudo obra do argentino isoladamente ou de um conjunto de medidas? A verdade é que o Leão está encantando a todos. Ao modelo tático, posto em prática pelo técnico Juan Pablo Vojvoda, junta-se o espírito participativo do grupo que vestiu a proposta. O esquema 3-5-2 não é novidade. Ferdinando Teixeira fez isso muito bem no próprio Fortaleza, ganhando o título de campeão estadual de 2000, após sete anos de jejum do tricolor. Vejo muita semelhança entre o que faz hoje Vojvoda com o que Ferdinando fazia. A vitória (3 x 0) do Fortaleza sobre o Ceará foi insofismável. Em nenhum momento vi o tricolor incomodado pelo Vozão. Algo assim de superioridade absoluta, convicta, sem soberba. Pikachu, Ederson, Felipe, Vargas, Crispim e David soberanos. Não lembro a última vez em que um dos rivais ganhou com diferença de três gols. Goleada em clássico é exceção. O Fortaleza, com mérito, goleou. 

Inexplicável 

Iniciei a coluna, afirmando que no futebol as explicações não são fáceis, para mais ou para menos, como dizem as pesquisas. É o caso do Ceará. De time vencedor, consciente, absoluto, a time de seguidos fracassos. Jogadores de qualidade, agora perdidos, sem rumo. O vitorioso e festejado Guto, agora questionado. O elenco é o mesmo, gente. E agora? 

Transição 

Ora, amigos, todo time passa por um período de transição. Cresce, atinge o ápice. Ganha tudo. Depois cai. É impossível manter-se vitorioso o tempo todo. Vem o desgaste. Aí começa uma fase de declínio. É o que o Ceará vem experimentando agora. Qual o motivo? Como disse acima, é difícil explicar. É preciso rever conceitos. 

Retomada 

Questão agora é saber como ultrapassar a crise que se estabeleceu em Porangabuçu. Perdeu tudo. Perdeu a Copa do Nordeste. Perdeu o certame estadual. Foi eliminado da Sul-Americana. Foi eliminado da Copa do Brasil. Resta a Série A.  Não pode continuar confuso e oscilante. A Série A é a última cartada alvinegra para não terminar o ano profundamente infeliz. 

Estranho 

De certa época para cá, tudo ficou esquisito no Vozão. Seu principal jogador, Vina, parece atônito. Quer acertar. Luta, mas não consegue êxito. Charles há tempo não consegue o mesmo desempenho de quando aqui chegou. Lima oscila. Só a ausência de Luís Otávio não justifica tamanha queda de produção. Com ótimo trabalhado apenas Richard e Bruno Pacheco. Inexplicável queda.