Na coluna de sábado passado, deixei claro que o Ceará teria dificuldades em Caxias do Sul. Que não deveria olhar um Juventude então lanterna, mas na composição do grupo que buscava reação. Lembrei a presença de jogadores bem conhecidos que atuaram aqui: Felipe Alves, Marlon, Chico e Edinho, atletas de boa condição. Na hora que a bola rolou, houve certo predomínio do Ceará, mas passageiro. A rigor, logo as coisas se equilibraram. Oportunidades mínimas. Ao Vozão faltou a intensidade. Apenas uma bola em velocidade para Mendoza, que ele não aproveitou. E do lado do Juventude nem isso, ou seja, nenhum incômodo. No início da fase final, o recado do Juventude foi claro: forçar o ataque em velocidade pela direita. E assim, num cruzamento de Soares, Pita fez o gol. Falha de marcação do Ceará. Tendo dois zagueiros altos, quem tentou marcar o grandalhão Pita foi Nino Paraíba, de média estatura. Não entendi a saída de Vina nem a saída do Clebão. Marquinhos foi para o tudo ou nada. Fez entrar Matheus Peixoto e Váquez na frente. De nada adiantou. O Juventude fechou a guarda. Segurou a vitória. Um empate teria sido o placar justo. Frustração total entre os alvinegros.
O rádio e o futebol
Nenhum outro meio de comunicação serviu tanto ao futebol brasileiro quanto o rádio, máxime nos primórdios desta prática esportiva. Foi o rádio que deu vida ao futebol. O incentivo, a divulgação, a projeção. Tudo foi o rádio que fez. A primeira transmissão de um jogo de futebol no Brasil aconteceu em 1932 (Seleção Paulista x Seleção Paranaense) narrado por Nicolau Tuma.
Dívida impagável
Durante quatro décadas, o rádio fez sozinho os trabalhos de cobertura do futebol, nos noticiosos e nas transmissões ao vivo. Somente na década de 1970 a televisão começou a fazer cobertura sistemática. A dívida histórica que o futebol tem para com o rádio é impagável. E, talvez por isso mesmo, as emissoras de rádio podem transmitir os jogos sem pagar os direitos de arena.
Cobrança
Uma mudança na Lei Pelé, aprovada pela Câmara Federal, abre espaço para que os clubes passem a cobrar das emissoras de rádio o direito de arena, logo agora em plena crise econômica. Isso inviabilizará tal tipo de cobertura. A classe menos favorecida será a mais prejudicada. Muitas equipes esportivas de rádio certamente serão fechadas. Mais desemprego no país.
Resistência
O senador Eduardo Girão, ex-presidente do Fortaleza, é contra a mudança feita pela Câmara dos Deputados. Como a matéria voltará ao Senado, Girão já falou com os colegas e entende que dá para derrubar a alteração. Ele vem recebendo o apoio da maioria. Imaginem só o vazio se as emissoras de rádio deixarem de transmitir futebol.