A retomada de um sonho tricolor

Leia a Coluna desta quarta-feira (3)

O Fortaleza estreia hoje na Copa Sul-Americana. Enfrentará o Sportivo Trinidense, do Paraguai. O Leão já conhece o cenário. Foi lá, no ano passado, em Assunção, no Estádio Defensores Del Chaco, que o Fortaleza obteve importante vitória sobre o Libertad, exatamente pela SULA. Tem um detalhe: o adversário de hoje é, teoricamente, mais fraco, embora nesse tipo de competição não haja jogo fácil. Além da estreia, vejo outro aspecto especial no jogo de hoje: a retomada de um sonho. O troféu da Copa Sul-Americana esteve ao alcance das mãos tricolores. Pela conversão de um pênalti, estaria na sala de troféus no Pici.

Então, ficou no ar como uma disputa inacabada. Uma sensação de que aquele jogo diante da LDU, do Equador, não terminou. Sim, terminou. Mas o sonho não terminou. O sonho e a esperança superam a dor da perda do pênalti por Pedro Augusto. O sonho e a esperança superam a dor da perda do pênalti por Emanuel Brítez. Assim, em busca de algo que ficou faltando em 2023, o Fortaleza volta à competição. E volta de mãos dadas com a força dos guerreiros indomáveis. Há um ajuste de contas entre o Leão e os demais competidores da segunda maior competição das Américas.  

 

Desafio 

 

Há quem considere quase impossível o Fortaleza chegar novamente, pelo segundo ano consecutivo, à decisão da Copa Sul-Americana. Muitos os percalços pelo caminho. Na verdade, desde 2002, somente um time conseguiu chegar duas vezes consecutivas à decisão da Sula. Foi o Boca Juniors, da Argentina, bicampeão (2004/2005). Jamais outro clube chegou duas vezes seguidas à decisão. 

 

Tabu 

 

Há, portanto, um tabu de 19 anos para ser quebrado. Como o Fortaleza já chegou uma vez à decisão, conhece o caminho. Na atual Copa Sul-Americana, há times brasileiros bem tradicionais como Cruzeiro, Internacional e Corinthians. Da Argentina participam da atual Sula o Boca Juniors, o Lanús e o Argentinos Juniors. O Boca foi campeão duas vezes. O Lanús foi campeão uma vez. 

 

Preocupação 

 

Um dos motivos das apreensões tricolores é o momento de oscilação do Fortaleza. Difere bastante da sua excepcional produção da época em que disputou a Copa Sul-Americana no ano passado. De qualquer maneira, o Fortaleza é imprevisível também nas retomadas. Já fez isso várias vezes sob o comando do técnico Juan Pablo Vojvoda. O Leão é o time das superações. É possível, sim. 

 

Título de campeão 

 

O futebol cearense está precisando de um título de campeão nacional ou internacional. No âmbito nacional, as duas maiores competições brasileiras são a Série A e a Copa do Brasil. O máximo que o futebol cearense conseguiu foi ser duas vezes vice-campeão da Taça Brasil (1960 e 1968) com o Fortaleza e uma vez vice-campeão da Copa do Brasil (1974) com o Ceará.  

 

Internacional 

 

A rigor, o Fortaleza merecia ter ficado com o título de campeão da Copa Sul-Americana de 2023. Teria sido uma apoteose. Um título de campeão internacional, antes de um título de campeão nacional na Série A ou na Copa do Brasil. O Leão está novamente na luta. O sonho e a esperança continuam. Não morreram no Estádio Domingo Burgueño, em Maldonado.