Hoje, o Ceará estreará na Copa do Brasil, a segunda mais importante competição nacional. Enfrentará o CRB, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Na Copa do Brasil de 1994, o Vozão realizou a sua maior proeza: terminou como vice-campeão. Mas cabe um detalhe: teria sido campeão diante do Grêmio em Porto Alegre, caso não tivesse sido vergonhosamente prejudicado por um árbitro cujo nome não cito para não sujar a coluna. Além de não marcar um pênalti claro em Sérgio Alves, ele expulsou o próprio Sérgio e o zagueiro Victor Hugo, tirando do Ceará qualquer chance de reação. O Grêmio ficou com o título de campeão. Isso, porém, é passado.
Agora o Ceará tem nova missão. Tem o privilégio de ingressar nesta terceira fase porque foi campeão da Copa do Nordeste de 2023. O CRB, na primeira fase, com um empate (0 x 0) eliminou o Rio Branco, do Acre, na cidade de Rio Branco. Na segunda fase, em casa, no Estádio Rei Pelé, o CRB venceu (2 x 0) e eliminou o Athletic Club, da cidade de São João del-Rei, Minas Gerais. Teoricamente, vai pegar agora o adversário mais difícil: o Ceará. E vem decidir a vaga aqui em Fortaleza no dia 23 de maio.
Padrão
O início da Série B nacional tem revelado a necessidade de o Ceará melhorar profundamente a sua produção. Está aquém do que o time precisará para chegar entre os quatro classificados. O empate com o Goiás, em casa, no Castelão, e a derrota para o Mirassol, em São Paulo, deixaram provado que o padrão atual ainda não dá.
Reação imediata
Entendo que tal constatação acontece num bom momento porque há tempo para as devidas correções de rumo. Quando o Ceará foi rebaixado para a Série B, houve exatamente um erro grave de percepção. Deixaram o time ir afundando gradualmente, sem qualquer intervenção. Quando a diretoria acordou, foi tarde demais.
Conquista
O título de campeão cearense de 2024 foi muito importante para erguer o moral do grupo. Se o Fortaleza tivesse conquistado o título de hexacampeão estadual, haveria com certeza uma prostração moral em Porangabussu. Mas a meta principal continuará sendo a subida para a Série A. O resto é apêndice.
Sem desculpa
A ausência de Erick Pulga e Saulo Mineiro foi usada como desculpa para o insucesso em São Paulo, quando da derrota para o Mirassol (3 x 2). Os dois participaram do jogo diante do Goiás, no Castelão. E o Ceará também não conseguiu vencer. É verdade que Saulo deixou o campo ainda no primeiro tempo. Mas, mesmo assim, o argumento é inconsistente.
Avaliação
O momento inicial da Série B é de avaliação. Não há como se tirar conclusões definitivas em duas rodadas. Mas é possível se ter uma ideia a respeito da qualidade de produção, sem comparações com os concorrentes. A produção do Ceará ficou abaixo do esperado nos dois jogos. Se tem como meta o G-4, terá de melhorar muito seu padrão de jogo.