A bravura nordestina na “Bombonera”

Leia a Coluna desta quarta-feira (15)

Hoje, é um momento especial para a história do futebol cearense. O Fortaleza, que na década de 1960 eu vi tendo por sede uma modesta casa na Rua Júlio César perto do PV, agora está entre as forças da elite nacional. E vai, no lendário Estádio “La Bombonera”, enfrentar o Boca Juniors, um dos gigantes das Américas. Como cresceu o Fortaleza! Como se consolidou o Fortaleza! E, na mesma medida que em cresceu, viu crescer também a sua responsabilidade. 

É para poucos a missão de representar em competições internacionais um país pentacampeão. Daí a importância do jogo de logo mais. O Leão deve respeitar a história do Boca na Bombonera, mas jamais ter medo. O Fortaleza também tem a sua história de grandeza. É o Leão da mística daquelas camisas como dizia o saudoso Blanchard Girão. É o Leão dos triunfos imortais, comemorados sob os lenços brancos do saudoso Renato Brito Bastos. É o Leão forjado nas adversidades, fato gerador da bravura dos nordestinos. É a assim, com esses sentimentos positivos, que a torcida espera um ótimo resultado do Fortaleza na bela Buenos Aires.   

 

Em casa 

 

Raça nordestina na Bombonera, somada à raça dos argentinos que foram acolhidos no Pici. Assim, em casa estarão Brítez, Martínez, Lucero, Machuca, Pochettino e Tomás Cardona, além do técnico Juan Pablo Vojvoda. Eles conhecem os desafios, as manhas e artimanhas que costumam fazer a diferença na “Bombonera”. 

 

Templo 

 

Admiro a conservação dos estádios que são referência no mundo. A Bombonera mantém a mística que a transformou no templo sagrado do Boca. Somente quem lá atuou sabe que há algo diferente, transcendental. Um templo intocável, “imexível”. É história, é tradição. Uma vitória do Leão hoje entrará para o rol dos feitos notáveis. 

 

Dimensão 

 

O Boca é um dos gigantes das Américas, mas não é maior que um Flamengo ou um Corinthians. Como o Fortaleza está acostumado a enfrentar os grandes times brasileiros, certamente saberá também encarar sem temores o Boca dentro da Bombonera. A vitória obtida no Castelão é uma prova disso.  

 

Misto 

Há quem argumente que aqui o Boca utilizou uma formação mista. Ora, amigos, foi o Boca. Time misto o Fortaleza também vem usando. Quem alega que o Boca usou time misto no Castelão está querendo diminuir a importância da vitória do Fortaleza. Esse tipo de desculpa amarela não vinga mais. O Fortaleza venceu com méritos.