Mais uma vez, Ceará e Fortaleza atuaram pela Copa do Nordeste. E mais uma vez ambos ficaram devendo melhor qualidade. Já disse muitas vezes e repito agora: não há como exigir melhor padrão. Todos os times, no momento, são filhos do improviso e da boa vontade. Não há como se ter perfeição. Em Teresina, o Ceará "B" ou alternativo esbarrou no Altos. Aqui no Castelão o Fortaleza esbarrou no Treze. Ninguém mereceu vencer. Talvez, com um pouco de compreensão, até fosse possível admitir uma vitória do Treze. Mas, a rigor, o empate traduz muito bem o equilíbrio de virtudes e defeitos.
Creio que a não aceitação de momento tem tudo a ver com o período final da Série A, onde a maioria das equipes estava no ápice. Quem se ajustar primeiro agora certamente levará boa vantagem nos jogos iniciais da Série A. Se, a médio prazo, o bom número de contratações aponta para um padrão mais avançado, esse mesmo número de contratações, pelos testes necessários, acaba adiando a tão desejada sintonia fina. Motivo simples: todos têm de ser testados. Isso demanda mais tempo. Por mais paradoxal que pareça, mais perto do aperfeiçoamento está quem menos contratou.
Destaques
Tenho visto a dificuldade dos cronistas na hora de apontar o melhor da partida. Ora, meus amigos, há jogos em que não existe o melhor. Mas, por dever de ofício e exigência dos patrocinadores, lá vai a apuração dos votos. Finalmente, numa eleição meio sem graça, um nome é escolhido.
Comparação
Gostei mais do Matheus Jussa na sua estreia, quando da vitória sobre o Sampaio no Maranhão, do que no empate com o Treze no Castelão. Em São Luís Jussa esteve mais à vontade. O mesmo posso dizer de Lucas Crispim: melhor na vitória sobre o CRB do que no empate com o Treze.
Clássico
Na próxima rodada, com Ceará x Fortaleza, o cenário sofrerá radical mudança. Nenhum treinador faz experiência em situações assim. É provável que Guto e Enderson lancem mão do que há de melhor. Em clássicos dificilmente há improvisações. Ninguém quer correr risco.
Quando há jogos de times locais em Teresina bate saudade do tempo das ondas curtas. Pela Rádio Pioneira eu ouvia a dupla imbatível, narrador Dídimo de Castro (Na trajetória dos 90) e o comentarista Carlos Said (Magro-de-Aço).
Hoje temos uma outra realidade. As transmissões são diferentes. São feitas pela TV. Raramente, os locutores viajam para narrar as partidas de futebol, e o torcedor tem as imagens dos jogos na palma da mão, no seu celular.