Chegou março, o mês para dar visibilidade à cotidiana luta das mulheres. Lutamos diariamente por equidade de gênero e, sobretudo, pelo direito a viver sem violência. É nesse sentido que podemos celebrar, neste mês, uma conquista para as mulheres cearenses: a inauguração da primeira Casa da Mulher Cearense no interior do Estado. E é na região do Cariri onde chega o primeiro equipamento.
Assim como ocorre em Fortaleza, com a unidade da Casa da Mulher Brasileira, o espaço a ser inaugurado, no próximo dia 8, deve reunir todos os órgãos necessários ao atendimento à mulher em situação de violência. Magistratura, Ministério Público, Defensoria Pública, Delegacia de Defesa da Mulher, atendimento psicossocial, espaço para abrigamento e qualificação profissional com a parceria dos 29 municípios daquela região estarão unidos com o objetivo único de garantir agilidade e comodidade às mulheres que se encontram em momento tão delicado.
O espaço é fruto do envolvimento do governador Camilo Santana com a política de mulheres. Essa é a primeira de cinco serem implantadas no Estado. Duas unidades já estão em construção, sendo uma no município de Quixadá e outra em Sobral. E outras duas em Tauá e Crateús também estão em processo de implantação.
O governador é, sem dúvida, um líder assertivo, comprometido com políticas democráticas. É um homem que reconhece seu papel na luta das mulheres e se coloca ao nosso lado, na batalha pela equidade de gêneros.
As Casas são, em meu entendimento, espaços que encorajam a mulher a romper o ciclo de violência em que ela pode estar inserida. Sem julgamento, com acolhimento e a certeza de estar cercada de outras mulheres que entendem a gravidade daquela violência, ela tem os meios legais para romper aquela situação. Em muitos casos, esse atendimento será determinante para resguardar a vida daquela mulher.
Feita a denúncia de agressão, há uma série de providências a serem tomadas para dar seguimento a essa libertação. Tratar do pedido de medida restritiva, avaliar e tratar os danos psicológicos criados, solicitar pensão alimentícia, em casos com filhos, e, por fim, cuidar de uma ocupação que garanta a autonomia econômica. Tudo isso faz parte desse processo de cura da violência.
A Casa da Mulher Cearense quer possibilitar que o rompimento desse ciclo de violência se espalhe pelo Estado. Nosso desejo é que toda mulher cearense se sinta encorajada a denunciar e dar a volta por cima.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.