A amamentação e as dificuldades enfrentadas pelas mães

Amamentar não é um talento nato das mulheres e os problemas não são raros

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Tayra Romcy, empresária, tem uma vida profissional e doméstica super agitada e amamentou, enquanto pode, os três filhos.  

Claro, passou por algumas dificuldades nesse período, mas passou por ele e tem filhos lindos e saudáveis. 

A empresária compartilhou com a gente três dificuldades que encontrou na amamentação dos filhos: 

Dor – No primeiro filho, sentia muitas dores. O peito rachou, sangrou, tive mastite. 

Falta de informação – Para resolver essa situação das dores e os problemas decorrentes da amamentação, procurei uma profissional experiente para ajudar a retomar a amamentação que durou 8 meses. Com o segundo filho, já mais experiente, amamentei por 4 meses, não tive intercorrências. Já com o terceiro filho, devido ao baixo peso, a complementação do leite materno já aconteceu desde o início, então, amamentei por 2 meses, apenas. 

Tempo – O trabalho exigiu muito a minha presença nos negócios. Vida de empresária não permite licença maternidade. São 30 pessoas que dependem da minha dinâmica, então, precisava, também, estar presente. Sem falar, nas demandas dos outros dois filhos que exigem a minha presença.   

Para concluir nossa entrevista, Tayra Romcy revela que se sente acolhida, emocionalmente, e consciente de suas atitudes como mãe no processo de amamentação. Sem culpas, revela:  “Eu sempre digo que gostei muito de amamentar, que foi uma experiência incrível e que, quem puder, supere as dificuldades, porque a recompensa é muito maior.” 

Dicas para as mães

De fato, a amamentação solicita das mulheres e pais uma dedicação maior, especialmente nos primeiros dias após o parto, quando estão num processo de conhecimento da nova relação, do comportamento do bebê e da vida nova. 

Procuramos a nossa amiga do peito, Dra. Márcia Machado, para aconselhar mães que enfrentam essa fase com esses tipos de problemas. Enfermeira, pós-doutora em Saúde Pública pela Universidade de Harvard, ela é professora da Faculdade de Medicina da UFC e foi a primeira coordenadora do banco de leite da Maternidade Escola Assis Chateaubriand de 1988 a 1997.

“Os pais devem compreender que o tempo disponível para a criança é necessário, para o estabelecimento de vínculos e oferta de carinho. Não há como ter regras rígidas de horário, especialmente nos primeiros meses, pois o 'relógio biológico' da criança varia muito e, aos poucos, ela vai conhecendo o ritmo dos pais”, explica.  

Veja as dicas imperdíveis:

  1. Nos primeiros dias após o parto evite muitas visitas, estipule um horário para receber as pessoas e durma/descanse, enquanto o bebê estiver dormindo; 
  2. Nas primeiras noites, o bebê acorda várias vezes (da mesma forma que se mexia muito dentro do útero) e a mãe deve compreender que nem sempre esse choro e estado de alerta, significa que ele tem fome. O que ele quer mesmo é colo e aconchego; 
  3. Procurar dividir as tarefas domésticas, pedir a colaboração dos colegas de trabalho para dividir as obrigações nos serviços e prolongar o máximo que puder a licença maternidade; 
  4. Estocar leite materno no congelador ou freezer, programando o retorno ao trabalho com antecedência e fazendo estoque do leite que será oferecido, enquanto a mãe estiver fora de casa; 
  5. Quando os pais quiserem passear, programar a retirada do leite, solicitar algum familiar para ficar com o bebê e oferecer o leite ordenhado em copinho ou conta-gotas. Evite programar saídas repentinas, pois pode não dar tempo de retirar o leite que precisa deixar;  
  6. Solicitar aos patrões compreensão no retorno gradual ao trabalho;  
  7. Ter o envolvimento do pai, em especial, no cuidado com o filho e fazer com que ele também fique com o bebê no colo e dê carinho; 
  8. Ter uma rede de apoio de familiares e amigos, para cuidar da casa e deixar a mãe ter momentos de descanso.