Junho é mês do Orgulho LGBTQIA+ e, sim, este é um texto que denuncia o preconceito e enaltece a liberdade de ser e de amar quem quiser. Afinal, a Revolta de Stonewall - que originou esta celebração e o levante desta comunidade, em 1969 - não foi à toa. Se hoje escrevo, produzo, interpreto, canto e vivo minha sexualidade abertamente é porque muitos se rebelaram e exigiram respeito e dignidade antes de mim. Quem dera fosse essa a realidade de todas, todos e todes.
No último dia 31 de maio, em Florianópolis, um jovem de 22 anos sofreu um crime brutal por três homens. O rapaz foi violentado e estuprado, além de ter seu corpo tatuado com insultos homofóbicos pelos criminosos. Em abril deste ano, na cidade de Sobral, faixas de pedestres foram pintadas com as cores do arco-íris, no intuito de chamar a atenção para o respeito à diversidade sexual e de gênero. Entretanto, um assessor parlamentar resolveu gravar vídeos debochando da ação e incitando ainda mais ódio e preconceito.
Recentemente, a apresentadora Patrícia Abravanel demonstrou não só total desconhecimento, como desprezo pela nossa comunidade. Em seu programa no SBT, ela saiu em defesa do ator Caio Castro e da apresentadora Rafa Kalimann, que foram criticados na internet por compartilharem um vídeo de um pastor evangélico que se posicionava contra o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. A filha de Silvio Santos pediu compreensão e respeito aos outros dois artistas e debochou de nossa sigla ao dizer “LGBTYH…”.
Esses são apenas alguns exemplos do que nos acontece, seja por meio de violências físicas, verbais, institucionais ou até aquelas disfarçadas de piada, de brincadeira, de “desconhecimento”. Isso ocorre todos os dias e apesar dos inegáveis avanços políticos, infelizmente, ainda nos deparamos o tempo inteiro com notícias de violência, preconceito, ódio e ignorância contra nós.
E aí eu te pergunto: Você, realmente, não vê necessidade na realização de Paradas pela Diversidade? Não vê motivos para a existência de projetos em defesa da liberdade? Será que você não entende mesmo o motivo pelo qual exigimos respeito? Você, de fato, não compreende a importância de se falar sobre isso em filmes, novelas e redes sociais? Acha mesmo desnecessário que artistas e influenciadores declarem seus amores?
Falar sobre sexualidade, diversidade e gênero nos canais de comunicação, na arte, nas redes sociais, nas rodas de conversa e colocar em prática ações de respeito é exercer a nossa militância, é promover senso de comunidade, é garantir representações e referências de luta, de conquistas, de respeito e de cidadania para que possamos nos fortalecer, para que não sigamos sozinhos, para que saibamos a quem recorrer, denunciar, apoiar.
É verdade, a sigla tem crescido e cada letrinha tem sua importância, a fim de abarcar toda a diversidade que nos cerca. Não há mais espaço para a vergonha de ser quem somos e nem para os delírios de quem nos vê como aberrações. O rolo compressor da sociedade que insiste em passar por cima de nós e nos esmagar tem perdido força. Estamos de pé e não iremos recuar. Somos muitos e cada vez mais fortes, prontos para começar uma nova história. Evoluir com os novos tempos não faz mal a ninguém. Abra a cabeça!
E a você, que está lendo este texto e também é LGBTQIA+, orgulhe-se! Milite!
Ame! Viva! Somos maravilhosos.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.