Que o Ceará é celeiro de talentos, já não é novidade, mas o Estado vem conquistando cada vez espaço no cenário nacional e internacional em diversas modalidades olímpicas. Uma das novas que passarão a integrar o programa olímpico, em Paris 2024 é o kitesurf, praticado em diversos pontos do litoral cearense. Em entrevista à coluna, Ivan Louro, Diretor de Comunicação da ABK (Associação Brasileira de Kitesurf) deu mais detalhes sobre o cenário da modalidade e as chances de cearenses estarem presentes nessa primeira disputa em Jogos.
O kitesurf responde à Confederação Brasileira de Vela e dentro da modalidade há diversas categorias. Uma específica vai ser disputada nas Olimpíadas, como destaca Ivan: “Dentro do mundo da vela, a gente chama de classe, o que seriam as modalidades. [...] A Fórmula Kite é a que foi definida como classe olímpica. Então existe toda uma padronização, uma homologação de equipamentos pra serem utilizados nas Olimpíadas. "
Essa inserção nos Jogos é algo que já vem sendo pleiteado há um tempo e apenas em 2018 houve a definição sobre o ingresso nas Olimpíadas. Ainda assim, o diretor explica que ajustes estão sendo feitos, vários programas de treinamento têm acontecido, mas ressalta a importância desse marco para a modalidade:
“Foi um mérito, uma vitória muito legal pro nosso esporte, esse reconhecimento de a gente ter uma classe olímpica.” O Kite Surf está fazendo história agora”
Em relação a essa classe a grande diferença daquela que a gente vê mais tradicionalmente no litoral é em relação ao equipamento. Se trata de uma pipa chamada kite foil, que lembra um parapente e estruturada com cápsulas de ar. Já a pracha é com set de hydrofoil que performa bem para a corrida, que é o que vai acontecer nas Olimpíadas, pois as disputas serão no formato de regata.
O Ceará apresenta condições ideais para a prática desse esporte e não à toa conta com grandes nomes que podem representar o País nos Jogos de Paris. O diretor de comunicação da ABK ressalta alguns pontos importantes em relação ao cenário do Estado.
“O Ceará realmente é um celeiro de talentos por diversas coisas. Pelas condições climáticas ideais que o Estado apresenta na maior parte do ano em relação a vento, o que leva essa prática a se popularizar mais e mais e também porque é impressionante como esses atletas daí tem esse amor e afinco. [...] Dentro do Fórmula Kite a gente tem dois grandes nomes, principalmente da juventude, que são o Luizinho (Nascimento) e o Ícaro (Gomez). [...] Outro grande atleta que voa baixo é o Gerlano Torres”
Ainda há atletas de outras categorias que pensam em se aventurar pela classe em busca do sonho olímpico. Como é o caso de Carlos Mário, mais conhecido como Bebê, o atleta destaque do freestyle, tetracampeão mundial e pentacampeão nacional não descarta: “Como é uma modalidade diferente eu queria muito participar, até estou vendo o equipamento pra ver se eu consigo uma vaga. Não é certeza ainda, mas estou batalhando pra isso”
O kitesurf tem alcançado proporções cada vez maiores com o passar dos anos, segundo Ivan é, inclusive, um dos que mais crescem no mundo. Para ele, com a pandemia houve uma busca ainda maior pela modalidade: “Depois desse confinamento, a gente buscou mais esse estilo outdoor de viver a vida. E o kite engloba isso tudo. Que seja esporte, turismo ou lazer, uma coisa super legal do kite é que ele traz todo um ecossistema ao redor dele”.
A modalidade impacta diretamente nos povoados e vilas onde é praticada no litoral, movimenta economia e agrega às localidades. Inserida no programa olímpico é chance de colocar o Ceará como destaque no mundo.
O Estado realiza no dia 9 de abril a primeira etapa do campeonato cearense de hydrofoil/wingfoil, na Barra do Ceará. Oportunidade para conferir de perto e prestigiar nossos talentos locais.