A principal competição do vôlei brasileiro, a Superliga, se aproxima do fim, com manutenção de domínio na ponta da tabela pelas equipes mineiras e surpresas na posição de equipes tradicionais. Nesta sexta-feira (18), acontece a última rodada da fase classificatória e ainda há expectativa por definição de colocações.
Cearense que já está garantida nos playoffs comentou em entrevista exclusiva à coluna sobre expectativas para partidas decisivas e como o Estado figura no vôlei de quadra nacional.
Sonaly Cidrão é natural de Fortaleza e começou no vôlei no BNB Clube, reconhecido pela Federação Cearense como referência na modalidade há mais de 40 anos. Já aos 17 anos, teve a primeira oportunidade de ser convocada para a seleção brasileira juvenil e desde então começou também sua carreira por clubes, fora do Estado, em São Paulo. Primeiro pelo Bradesco e depois por outras equipes, como Barueri, São Caetano, Osasco (onde passou seis temporadas) e agora Pinheiros.
Entre altos e baixos a equipe conseguiu a oitava e última vaga para disputar os playoffs. Na próxima fase, o desafio não vai ser fácil, encarar o Praia Clube, que figura entre os principais clubes do País há algumas temporadas é sempre um confronto complicado. Mas Sonaly se mostrou já contente com o feito alcançado:
“Era o nosso objetivo pra essa temporada! Não foi fácil, mas a sensação é de dever cumprido. Iremos pegar o Praia, que é o líder da competição e tem total responsabilidade no confronto. Acho que a podemos usar isso ao nosso favor. Já fizemos bons jogos contra elas durante a temporada.”
Antes, a equipe da cearense encara a última partida da fase classificatória, nesta sexta-feira (18), contra o Sesc Rio/ Flamengo, às 18h30.
Confira os outros jogos da última rodada da fase classificatória:
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Osasco x Maringá, às 21h
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Curitiba x Valinhos, às 21h
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Sesi Bauru x Fluminense, às 21h
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Barueri x Praia Clube, às 21h
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Brasília x Minas, às 21h
Apesar das oito equipes que avançam aos playoffs já serem conhecidas, essa última rodada ainda vai definir posições e consequentemente os confrontos das quartas de final. Osasco, em 4º, com 43 pontos, ainda pode ser alcançado pelo Sesc Rio/Flamengo, que está em 5º, com 42 pontos. Com os mesmos 35 pontos estão Barueri e Fluminense, que ocupam respectivamente 6ª e 7ª posições, os dois também podem ainda trocar de lugar na tabela.
Além da Sonaly, apenas outros dois atletas cearenses disputam a Superliga principal: Ygor Ceará (ponteiro do Montes Claros) e Bruno Canuto (ponteiro do Campinas). A falta de representatividade de atletas na quadra pode ser reflexo da disparidade entre o espaço conquistado pela praia e quadra, por aqui.
Ceará como destaque
Para se ter ideia, nunca um time cearense disputou a principal competição nacional. Quem quer enveredar pela modalidade, acaba tendo que optar por outros Estados. Apesar do cenário, Sonaly compartilha da expectativa para que o Ceará passe a ocupar espaço nas disputas nacionais, também no vôlei.
“Torço muito pra que isso aconteça um dia! Temos estrutura, grandes parceiros e pessoas capacitadas pra tornar isso real! [...] Investir no esporte através do vôlei seria interessante para todo o Estado.”
Na areia, a situação é diferente, o Ceará é celeiro, além dos medalhistas olímpicos Shelda e Márcio Araújo, outros nomes de destaque como: Rebecca Silva, Taiana Lima e a dupla cearense de coração: Juliana e Larissa.
Sobre a possibilidade de optar pelo vôlei de praia, Sonaly comentou:
“Eu lembro que na época que a Rebecca, nossa estrela do vôlei de praia, começou a dar seus primeiros passos eu também tive um convite por ser um esporte forte do nosso Estado! Mas não tive interesse, quem sabe mais pra frente né? Mas sempre fui da quadra principalmente por influência da minha irmã que também jogava.”
Na ponta, Sonaly ocupa uma posição bastante disputada e na qual o Brasil já destacou grandes referências internacionais: Gabi, Natália, Jaqueline e Fernanda Garay estão entre os principais nomes que já representaram a seleção. A cearense já chegou, além das seleções de base, a representar o Brasil e conquistar o título nos Jogos Mundiais Militares, em 2019.
Sobre a experiência e as expectativas de um de representar a seleção principal, a ponteira destaca:
“Esse título realmente marcou minha carreira. Já fui das seleções de base. Hoje acredito que seleção principal é resultado do seu trabalho mais outras variantes, então só penso em fazer uma boa temporada e o resto é consequência.”
Superliga B
Falando em representante cearense no vôlei. A equipe do Instituto Cuca que disputa a Superliga B pode fazer história. O time tem partida decisiva contra o Niterói Vôlei Clube, neste sábado, às 19h, na casa do adversário.
A equipe do Estado está em 5º na tabela, com os mesmos 14 pontos do time do Rio de Janeiro, que está na 2ª posição. Essa é a última rodada da fase classificatória. Os quatro primeiros colocados avançam às semifinais e os finalistas conquistam o acesso à Superliga A. Disputar a divisão principal seria um feito inédito para um time cearense.