Existe idade para ser campeão no esporte?

Cada vez mais, atletas mais velhos têm chegado a patamares elevados em competições de alto rendimento

Tricampeão mundial aos 41 anos, Nicholas Santos fez história essa semana ao conquistar o ouro nos 50 m borboleta, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, repetindo os feitos de 2012 e 2018. O atleta brasileiro superou dois nadadores bem mais jovens, Dylan Carter, de 25 anos, representante de Trinidad e Tobago e o italiano Matteo Rivolta, de 30. 

Foco e determinação são pontos mencionados como fundamentais para garantir os ótimos resultados. Só em mundiais, são 11 medalhas. Pelas redes sociais, Nicholas comemorou o resultado e destacou que não é fácil chegar tão longe e se manter no topo com a idade que tem:  “A longevidade e a constância dos meus resultados vêm através de muito trabalho e dedicação, 41 anos de idade para alta performance pode parecer impossível, mas sou o exemplo de que podemos sempre evoluir ainda mais”. 

E não para por aí a relação de atletas brasileiros vitoriosos com mais idade.  A meio de rede Carol Gattaz conquistou a prata em Tóquio, sua primeira medalha olímpica, aos 40 anos. Jogando em alto nível e ajudando a seleção brasileira de vôlei, na missão, que, inicialmente, parecia quase impossível.  A atleta chegou a participar de outros ciclos olímpicos, mas nunca esteve na relação final da convocação olímpica. Chegou a deixar a seleção, mas voltou a ser destaque, teve resiliência e retornou no auge, para conquistar a tão sonhada medalha.

No futebol, também temos exemplos, Formiga, aos 43 anos, se despediu da seleção brasileira, após os últimos Jogos Olímpicos, mas continua em campo, representando o São Paulo. Marta, aos 35, ainda é a maior que temos na modalidade, segue jogando em alto nível e há perspectivas que chegue em boas condições a Paris 2024, quando terá 38 anos. 

Há algumas décadas, era difícil se imaginar que atletas de alto rendimento conseguiriam chegar com mais de 40 anos ainda em um bom nível de competitividade. A partir dos 30, era, praticamente, o início do fim da carreira dos esportistas. Hoje em dia, com a evolução dos treinamentos e da tecnologia é possível prolongar a durabilidade dos profissionais. 

Idade cronológica e biológica nem sempre seguem o mesmo compasso. Não existe tempo para ser campeão no esporte, e nem na vida.  E os exemplos citados podem servir de inspiração para quem quer perseverar e buscar a longevidade em qualquer atividade. Idade pode se tornar apenas mais um número diante da trajetória de cada um.