O medo em ser dono de uma sanfona

O São João se aproxima. Com olhar voltado para o universo junino tentei buscar novas abordagens para noticiar, além dos efeitos da pandemia do coronavírus. Uma pergunta simples percorreu meus pensamentos: "quanto vale uma sanfona?".

Do tradicional ao eletrônico é a sanfona quem sobressai em qualquer repertório. Os solistas que tocam sanfona são poucos. Pensei em ser uma boa hora para ir em busca dessa informação.

De imediato, tentei contato com nomes próximos do forró. Alguns nomes responderam rapidamente mensagens por WhatsApp, outros ficaram reflexivos em passar valores. Logo fui pedido a não noticiar tais números. Motivo? O alto custo das sanfonas geram insegurança para quem é dono de um instrumento. 

Tentei saber o valor de acordeons e sanfonas de nomes nacionais e em ascensão nos aplicativos de streaming. Minutos depois, por meio de assessorias, recebi negativas de respostas por medo.

Sim, sempre soube que acordeons e sanfonas possuíam valores elevados — muito pelo histórico dos donos e por boa parte delas serem produzidas no exterior. Diversos nomes do forró cearenses abrigam instrumentos de 1940 de fabricação italiana. 

De sanfoneiros do Ceará escutei valores de R$35 mil, R$50 mil e até R$80 mil. A minha curiosidade foi além. Logo pensei em buscar outras fontes de informações.

Em sites de vendas nacionais a realidade é a mesma. Marcas como Bell, Giulietti, Veronese e Todeschini disputam anúncios virtuais. Encontrei uma sanfona Scandalli por R$75 mil.

Ao mesmo tempo que chama atenção pelos valores é curioso como o forró é popular por meio de um instrumento tão caro. É possível, sim, encontrar acordeons e sanfonas com preços de R$5 mil a R$10 mil nos mesmos sites com anúncios caros. 

O fato é que o gosto pelo som da sanfona atinge todos os bolsos e todas as classes sociais. A interpretação do som e do estilo, seja com arranjo marcado da sanfona, triângulo e zambumba, ou pelo sintetizador do eletrônico, fica por conta do ouvinte.