Sucessão na Assembleia mira 2022

A sucessão de Sarto Nogueira (PDT) no comando da Assembleia Legislativa do Estado é o assunto mais comentado nos bastidores da política cearense, até mais do que a transição de comando na Prefeitura de Fortaleza, a maior cidade do Estado. O posto de presidente da Assembleia Legislativa é estratégico em qualquer circunstância, ainda mais na atual, em que há no horizonte eleição daqui a dois anos em que o chefe do Legislativo Estadual é o terceiro na linha de sucessão do Estado, atrás do governador Camilo Santana (PT) e da vice-governadora Izolda Cela. Mora neste ponto o motivo do frisson nos bastidores sobre o parlamentar que será ungido pelo grupo governista para ocupar o posto. 

Linha sucessória
Se Camilo Santana resolver se candidatar a qualquer cargo em 2022, ele precisará renunciar ao cargo de governador. Assim, Izolda Cela assumiria o cargo de governadora e, então, o presidente da Assembleia passa a ser o primeiro da linha de sucessão. Na hipótese de Izolda concorrer a cargo público, que não o de governadora, caberá ao presidente do Legislativo a missão de comandar Estado investido do cargo. Devido ao tamanho, o arranjo político que envolve o grupo governista é sempre complexo. Some-se a isso um cenário que mostra a oposição maior do que no passado. Será necessária uma articulação com mais cuidados, pois qualquer passo em falso pode dificultar as articulações para a montagem da chapa que concorrerá ao Governo do Estado e a cargos como o do Senado.

Memórias
Em conversas reservadas, fica claro que entre os governistas ainda está fresca a lembrança do episódio de 2014, sucessão do então governador Cid Gomes. À época, Cid teve planos de renunciar para que o irmão Ciro pudesse concorrer ao Senado. Para isso, o governador tentou costurar um acordo com o então vice, Domingos Filho, para que ambos renunciassem e o cargo passasse a ser ocupado pelo então presidente da Assembleia, José Albuquerque. Naquela data, ele era um dos pré-candidatos do Pros (partido que abrigava o grupo governista). Domingos, no entanto, se recusou a renunciar e obrigou o grupo governista a refazer a estratégia. Em todas as conversas de articulação de agora, este episódio da recusa de Domingos Filho é lembrado. Segundo parlamentares governistas, há um cuidado em relação à escolha, para que o episódio de 2014 não se repita. A conferir. 

Discussão de nomes 
Sobre os nomes que concorrem ao posto no Legislativo, há muita especulação e quase nada de concreto. O que parece estar perto de um consenso é que o presidente deve ser do PDT, partido que mantém a maior bancada na Casa. Mas tudo isso vai passar pela articulação dos líderes governistas, incluindo o governador Camilo Santana, o maior interessado. Os nomes dos deputados Evandro Leitão, Guilherme Landim, Tin Gomes, Antônio Granja e Sérgio Aguiar são citados. José Albuquerque, que está licenciado e ocupando a Secretaria de Cidades, também consta na lista dos corredores. Outro nome é o do atual vice-presidente Fernando Santana (PT), muito próximo do governador. Entre todos os deputados da base, uma verdade é absoluta: pelos métodos do comando do grupo governista, no momento, quanto menos o interessado fizer barulho, melhor.