Resultado nas urnas legitimam André Fernandes como líder da oposição, mas há desafios

Liderar um grupo crítico ao governo do Estado e da Capital exige articulação e capacidade de aglutinação

A derrota de André Fernandes (PL) por uma diferença estreita para Evandro Leitão (PT) nas eleições de Fortaleza o coloca em posição de destaque como liderança de oposição. Seus 705 mil votos confirmam o peso eleitoral que Fernandes alcançou entre o eleitorado de Fortaleza, consolidando-se como um dos nomes mais influentes da direita na capital e no estado. André alcançou cacife com o voto, mas a jornada para consolidar essa liderança e unificar a oposição trará desafios relevantes. 

Com Roberto Cláudio e Capitão Wagner, ambos experientes e influentes no cenário estadual, Fernandes terá de buscar um equilíbrio entre seu estilo combativo e polêmico e a articulação política necessária para não fragmentar ainda mais as forças de oposição.  

Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza, sai desta eleição com um grande desgaste após os dois resultados ruins no primeiro e no segundo turno. Entretanto, segue sendo uma figura de oposição a Elmano e mantendo uma base com vereadores de Fortaleza e deputados estaduais, cuja resolução partidária ainda é aguardada.  

Wagner, por sua vez, também duplamente derrotado, ainda pode ter parte do eleitorado conservador, sendo um dos expoentes da segurança pública, tema que também figura entre as bandeiras de Fernandes e que trazem desgaste ao governo petista. 

Essas figuras políticas, com bases eleitorais estabelecidas e um histórico de mobilização na Capital, exigem que Fernandes demonstre maturidade e capacidade de diálogo para compor alianças, o que pode ser crucial para tornar a oposição competitiva em 2026.  

Essa posição traz a ele o desafio de manter sua base ideológica ao mesmo tempo que expande sua interlocução e capacidade de formulação política para um papel institucionalizado, indo além do embate e das redes sociais.