No dia 2 de outubro de 2022, os cearenses devem voltar às urnas para escolher presidente da República e vice-presidente, governador e vice-governador, um senador, 22 deputados federais e 46 deputados estaduais. Estamos, portanto, a pouco menos de um ano para o pleito que promete ser acirrado pela própria conjuntura. Até o momento, nada indica o contrário.
A conflagração ideológica nacional acabou acelerando o processo de discussão do pleito do ano que vem e as forças política com atuação no Ceará já se movimentam em busca das definições iniciais. Na medida em que isso acontece, o clima eleitoral vai subindo de temperatura e os embates ficam mais frequentes.
Na disputa pelo governo do Estado, até mesmo o PDT, que costuma deixar as conversas eleitorais para perto do fim do prazo estabelecido na Legislação Eleitoral, já iniciou encontros regionais para discutir o assunto.
O partido, por sinal, deve liderar uma ampla coligação em torno do seu candidato, mas ainda não tem a certeza se terá o PT do governador Camilo Santana, embora esta seja a hipótese mais provável para o momento e conte com a articulação do próprio Camilo.
PT e o dilema da aliança
A posição petista na disputa pelo comando do Estado em 2022 segue motivando debates internos, mas fontes ligadas ao partido dizem que há uma visão majoritária de defesa da aliança com o PDT, contanto que haja discussão sobre qual nome será o cabeça de chapa.
A vinda de Lula ao Ceará em agosto não alimentou a hipótese de candidatura própria no petismo, embora ainda haja nomes que defendem essa hipótese, como o deputado federal José Airton Cirilo. A estratégia nacional petista é fortalecer as bancadas na Câmara Federal e, principalmente, no Senado.
Camilo, por sinal, embora ainda não diga abertamente, é o pré-candidato ao cargo, projeto defendido pela direção nacional petista.
PDT com bloco na rua
O PDT, por sua vez, tem uma lista com quatro nomes: o da vice-governadora Izolda Cela, do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, do deputado federal Mauro Filho e do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão.
Os pedetistas já iniciaram o giro pelo Estado, mas por enquanto, não falam sobre quem será o nome a ser ungido. Isso, mais uma vez, dependerá da ampla articulação e só deverá sair em cima da hora.
Mais uma vez, o nome deve sair das definições da mesa de comando da aliança governista que tem ainda o senador Cid Gomes e o ex-ministro Ciro Gomes, que é pré-candidato à Presidência da República.
Wagner busca alianças
Na oposição estadual, quem já começou a campanha foi Capitão Wagner (Pros). Deputado federal mais votado nas últimas eleições, ele está decidido a enfrentar o governismo e já iniciou os embates e a circulação pelo Interior do Estado.
O parlamentar tem a simpatia do presidente Jair Bolsonaro e deve encabeçar a aliança local dos aliados do governo federal, numa frente conservadora. Wagner ainda aguarda as definições para a formatação de uma aliança, que pretende ser ampla. Ele pode, inclusive, mudar de partido. O anúncio da fusão entre DEM e PSL, para formar o maior partido em número de deputados federais, atrasa um pouco as articulações.
Wagner também pode atrair outras forças. Atualmente, ele conta com apoio de partidos como Pros, Republicanos e PSL. Ainda a questões a serem definidas. No Estado, partidos da aliança nacional como PL e PP integram o governismo local. As alianças ainda estão em aberto, neste sentido.
Nomes importantes
Outros personagens serão centrais neste processo de sucessão. O PSD, de Domingos Filho, deve partir junto ao grupo governista, mas quer vaga na chapa majoritária. Isso também dependerá das articulações nacionais. Com uma forte atuação no Interior, o PSD deve ser estratégico para as pretensões do próximo governador.
O ex-senador Eunício Oliveira começou a circular e quer que o MDB faça frente na oposição a Ciro Gomes e ao PDT. Eunício, entretanto, é próximo do governador Camilo Santana e ainda não é clara a posição que deve adotar no próximo pleito.
O encontro dele com o senador Tasso Jereissati na última semana gerou burburinho. O senador Tasso, por sinal, é outra figura cuja definição será importante para o próximo pleito.