O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, perdeu as prévias do PSDB para João Doria, mas não desistiu da ideia de concorrer ao Planalto. Em passagem pelo Ceará, ele diz que não irá fazer divisão interna no Partido, mas olha também para as alternativas à polarização entre Bolsonaro e Lula, mas reconhece as dificuldades de unir o centro.
Leite e Doria estão protagonizando uma disputa interna que está gerando desgastes ao tucanato, mas uma conversa que houve entre os dois, na terça-feira (19), segundo confessou Leite em entrevista à Rádio Verdes Mares e TV Diário, inaugura um novo momento de conciliação.
“A candidatura tem que vir de um entendimento político. O Brasil precisa do PSDB e o partido precisa de nós (ele e Doria). Eu estarei onde as forças políticas entenderem que eu tenha que estar. Eu não vou entrar para dispersar energias, para desestabilizar o partido. Na hora certa, as coisas vão se encaminhar”.
Eduardo Leite iniciou uma rodada de visitas aos estados, começando pelo Ceará, a convite do senador Tasso Jereissati. “Vim compartilhar a minha experiência e também defender que é possível fazer políticas de uma outra forma”, defendeu. Inegavelmente, entretanto, as agendas que cumpre têm, de fato, uma estilo de pré-candidatura ao Planalto.
Alternativa à polarização
Olhando para o campo de outras pré-candidaturas, ex-governador gaúcho reconhece as diferenças entre os partidos mais ao centro, como o PSDB, e as dificuldade de unir essas forças em prol de um nome para melhorar as chances de eleição.
“Cada partido tem sua estratégia política porque há outros cargos em disputas e é natural que seja assim e que haja dificuldade de conciliar esses interesses. Mas confio que nos partidos como PSDB, União Brasil, MDB e Cidadania há disposição de que é muito importante viabilizar uma alternativa”, diz.
A respeito de Ciro Gomes, uma liderança local que está posto como pré-candidato do PDT, um partido ao qual o PSDB está coligado em Fortaleza, Leite o definiu como “protagonista deste processo” e não descartou os diálogos.
“Antes de discutir as pessoas, temos que discutir os projetos. Temos que sentar, ver as convergências e divergências e conciliar. Temos que ver se tem capacidade de diálogo. Tem que ter é humildade para ver. Quem tem, neste momento, melhor capacidade eleitoral? Não é só o nome, mas também o momento”.