O presidente Jair Bolsonaro desembarca nesta quarta-feira (23) no Ceará. Ele vem ao Estado para se aproximar das bases em uma Região mais identificada com seus concorrentes na corrida presidencial, como Ciro Gomes e Lula. Desta vez, entretanto, a maior parte da preocupação do presidente fica em Brasília, na crise que vive o Ministério da Educação, após denúncias de lobby de pastores e influência com o ministro Milton Ribeiro.
Esta será a segunda visita de Bolsonaro ao Estado neste ano e a sexta desde que assumiu o cargo em 2019. As viagens do presidente sempre envolvem uma parte de protocolos administrativos e outra de atos políticos com jeitão eleitoral, em que ele promove críticas aos gestores locais, incita apoiadores e faz alguma menção, mesmo que indireta, às Eleições.
Em Quixadá, Bolsonaro fará inauguração de uma Central de Abastecimento de Água, obra bancada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Será o lançamento do programa “Força Tarefa das Águas”, na praça principal do município do Sertão Central.
No Ceará, como mostra a reportagem de Luana Barros, publicada neste Jornal, o presidente encontrará uma oposição ao grupo governista local mais robusta, entretanto necessitando de mais definições. Uma das questões, certamente, são os palanques nacionais, inclusive o dele.
Romaria de ministros
O presidente está de olho na reeleição e a ordem é para que seus ministros ponham o pé na estrada para mostrar o que o governo vem fazendo em vários estados, principalmente os do Nordeste.
já vieram ao Ceará desde o início do ano. Presidente tem reforçado a presença no Nordeste
Já abordamos nesta coluna que, desde o início do ano, pelo menos, 8 ministros de Estado, auxiliares diretos do presidente já estiveram no Ceará. Na comitiva de hoje, certamente, haverá mais uma leva de assessores do presidente.
Crise no MEC
Mesmo no Ceará, o presidente não deve fugir dos questionamentos sobre a crise instalada no Ministério da Educação, após veículos da mídia nacional como a Folha de S. Paulo e o Jornal O Globo publicarem denúncias de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, estaria agindo com a atuação de pastores lobistas dentro do Ministério.
De acordo com as denúncias, pastores agiam para destravar verbas para prefeituras e, segundo relatos de gestores municipais, cobravam para intermediar as negociações.
Em Brasília, o clima é de que o ministro está ameaçado no cargo, mas o presidente segue sua agenda de viagens pelo País. O lobby em ministérios não é novidade no Brasil, pelo contrário. A prática é antiga, mas fer uma das principais bandeiras eleitorais do presidente, de que o governo não tem corrupção.