Em meio a declarações de aliados sobre a sucessão estadual, a governadora Izolda Cela (PDT) está evitando falar sobre possível candidatura à reeleição. Em entrevista à Rádio Verdes Mares e TV Diário, na manhã desta terça-feira (19), a gestora disse que está com o nome colocado entre os pré-candidatos do partido, mas que não tem “nenhuma ansiedade” em relação as definições.
Izolda assumiu o governo no último dia 2 de abril com a renúncia de Camilo Santana (PT), que se prepara para concorrer ao Senado. Pela configuração que se diz nos holofotes, o PDT teria a prerrogativa de indicar o cabeça de chapa na coligação governista que disputará o comando do Estado em outubro.
Nesse contexto, lideranças do grupo mais simpáticas a Izolda e outras apoiadoras de Roberto Cláudio têm se manifestado com frequência, na imprensa, sobre as preferências, mas a governadora tem repetido que o foco é na gestão do Estado.
“Na verdade, eu não tenho nenhuma ansiedade em relação a isso (definição de candidatura). Meu sentimento no momento é procurar responder bem a essa tarefa honrosa e desafiadora para fazer o melhor que eu puder para governar. Isso vocês contam comigo”.
Na entrevista, ao responder a uma pergunta deste colunista, a gestora fez questão de elogiar os concorrentes Roberto Cláudio, Mauro Filho e Evandro Leitão: “o PDT tem a satisfação de oferecer esses nomes com histórias e competências bem testadas, a quem eu respeito muito”.
Agitação nos bastidores
Desde o início do mês, há uma série de declarações públicas de membros do grupo governista de posicionamento sobre a corrida eleitoral, o que tem gerado, nos bastidores, um clima de acirramento neste ano eleitoral.
Recentemente, em entrevista a esta Coluna, o secretário-chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, que não costuma dar declarações públicas direcionadas ao campo político, disse que antecipar o clima eleitoral só interessa à oposição. A declaração foi um alerta aos aliados mais exaltados e até um apelo para que aliados reduzam o ritmo das especulações.
Izolda, por sua vez, faz questão de destacar a necessidade de manutenção da aliança que dá sustentação ao seu governo, assim como ocorreu com os antecessores Cid Gomes e Camilo Santana.
“Nós participamos de uma aliança, ampla inclusive. Ela vem se mostrando construtiva e benéfica ao projeto político do Ceará. É nesse campo que as questões se definem. Nos próximos meses, isso vai afunilar, é natural. Mas tudo no momento certo”, reforça.