Movimento do partido de Bolsonaro pode mexer na sucessão do governador Camilo Santana

Se lançar candidato próprio, PL deve impactar nas articulações da base governista e na oposição. O assunto está sendo discutido nacionalmente

Duas lideranças partidárias se destacam em Brasília com peso estratégico junto ao presidente Jair Bolsonaro e à formação das alianças para 2022: Ciro Nogueira, ministro chefe da Casa Civil e presidente nacional do Progressistas (PP), e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, partido ao qual Bolsonaro está filiado. Desta dupla poderá sair uma decisão capaz de mexer com a disputa ao governo do Estado do Ceará, na sucessão de Camilo Santana (PT).

Há um diálogo em andamento, ao qual Costa Neto é simpático, de que o PL, no intuito de fortalecer suas chapas ao Legislativo (principalmente a de deputado federal) e aumentar a presença no pleito estadual, lance candidatura própria no Ceará.

O nome para a missão seria o do ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos, que acertou sua filiação e a do filho, Pedro Matos, ao partido, de olho na eleição. Pedro deverá ser candidato a deputado.

Um movimento de candidatura própria do PL significaria novidade para o cenário eleitoral local, menos pelo nome do cabeça de chapa posto até aqui e mais por conta das repercussões tanto na base como também na oposição ao governo Camilo. 

Especulações

O PL, atualmente, é comandado no estado por Acilon Gonçalves, prefeito de Eusébio, e pelo vice-presidente estadual, deputado federal Júnior Mano, ambos com ligações ao grupo governista local. A entrada de Bolsonaro no Partido iniciou a temporada de especulações sobre qual o destino do grupo atualmente no partido.

As arestas, entretanto, parecem ter sido aparadas. Acilon foi reconduzido ao cargo de presidente estadual da Legenda, após indefinições com aliados do presidente Bolsonaro.

5 deputados federais
É o objetivo do partido no Ceará para o próximo pleito. Ter candidato próprio ao governo pode ajudar a chapa local a eleger deputados

O passo seguinte é articular, segundo as fontes ouvidas por esta coluna, para fortalecer a legenda no Estado. O objetivo inicial seria eleger 5 deputados federais e mais 5 estaduais, número elevado, nas contas dos analistas, mas cuja justificativa fortalece o discurso de candidatura própria a governador.

O PL já começou a receber aliados mais próximos do presidente Jair Bolsonaro como o deputado estadual André Fernandes, o chefe da Força Nacional de Segurança, Aginaldo Oliveira, e a médica Mayra Pinheiro.

Sem confronto

Ao que apurou esta coluna, há total disposição do comando local de acolher os aliados de Bolsonaro, sem qualquer distinção. A decisão de manutenção de Acilon no cargo de comando da Legenda tem o aval de Valdemar Costa Neto e o próprio presidente Bolsonaro foi comunicado.

Pelo menos por enquanto, os líderes nacionais não querem confronto no PL do Ceará. A disposição é que as lideranças locais se entendam.