Faltando 24h para o encontro municipal do PT de Fortaleza, que definirá o pré-candidato petista à Prefeitura da Capital, há um paradoxo nas articulações. É provável (para não dizer certo) que Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa, será o escolhido por ter apoio da maioria dos delegados. Entretanto, a busca por pacificação da legenda do presidente Lula, do ministro Camilo Santana e do governador Elmano de Freiras em Fortaleza parece distante e gera incertezas sobre o evento de logo mais.
O paradoxo reside neste ponto: o nome que representará a legenda está praticamente definido, mas a dificuldade de pacificação, que está restrita ao grupo ligado à deputada federal Luizianne Lins, é o desafio das lideranças no momento.
O governador Elmano de Freitas, petista a ocupar o mais importante cargo político do Estado, está conversando com os pré-candidatos e lideranças em busca de conseguir um consenso para que não haja disputa. A missão do chefe do Executivo, entretanto, é quase impossível.
O grupo de Luizianne tem feito duras críticas ao processo de escolha do nome de Evandro Leitão. As insinuações têm elevado a temperatura interna em um partido que é formado por diversas correntes internas e cujos embates parecem naturais, mas podem deixar sequelas.
Nos bastidores, membros do grupo da deputada dizem, há poucas horas da definição, que nem é certo que Luizianne compareça ao ato. Mesmo que isso ocorra, porém, a posição de contrariedade do grupo será externada pelos aliados no momento do debate. Não deve ser pacífico, portanto, o clima no encontro municipal.
Por este motivo, o próprio governador Elmano de Freitas ainda deve avaliar o clima do ato antes de definir se comparecerá ou não.
Da forma que está, o mais provável é que os delegados ligados a Luizianne se abstenham da votação para demonstrar contrariedade.