Recentemente, a ex-governadora Izolda Cela (PSB) informou, oficialmente, que irá se desincompatibilizar do cargo que ocupa no Ministério da Educação - de alto comando, por sinal - para ficar à disposição do partido para a eleição municipal. O destino de Izolda deve ser a disputa por mais um cargo do Poder Executivo, desta vez, o de prefeita da cidade de Sobral, sua terra natal.
Do ponto de vista administrativo, a passagem de Izolda pelo Governo do Estado foi sem sobressaltos. Já na política, houve turbulências consideráveis. A disputa pela liderança da chapa governista levou a um racha entre grupos de Ciro Gomes e do irmão Cid. Mesmo no exercício do cargo, Izolda acabou preterida. O resto virou história.
Lideranças do processo eleitoral no grupo governista em Sobral, o senador Cid Gomes e o prefeito Ivo Gomes têm um consenso em torno do nome da ex-governadora para ser candidata no berço político dos irmãos Ferreira Gomes. Ciro, o irmão mais velho, já declarou que vai ficar longe da sucessão na terra natal – ainda por conta do rompimento com os irmãos fruto de 2022.
Mais do que os irmãos, o nome de Izolda pacifica a base aliada do prefeito Ivo que vinha passando por turbulências diante da indefinição - e até da falta de nomes naturais – para a disputa eleitoral.
Mas o que estaria movendo Izolda a deixar um alto cargo federal na educação, sua área de especialidade, para voltar a Sobral?
Levada a disputar por duas vezes o cargo de vice-governadora por indicação de Cid Gomes, a ex-governadora sempre foi uma figura apta a “cumprir missões” dos líderes, como se diz na política. Essa, evidentemente, seria mais uma, em um cenário de incertezas na base de Ivo Gomes.
Uma fonte desta coluna, próxima de Izolda, reconhece que a missão não estava nos planos da secretária executiva do MEC. Entretanto, os desafios da cidade em que nasceu já estariam fazendo com que ela comece a ver “o lado bom” de uma candidatura na Cidade.
No meio das articulações, uma declaração do ministro Camilo Santana, de que a vontade dele seria que Izolda não deixasse o Ministério, chegou a gerar turbulências e especulações sobre uma possível contrariedade do ministro em relação a ida de Izolda para a missão eleitoral.
Esta coluna apurou, entretanto, que a citação foi uma deferência administrativa de um ministro à competência da executiva, seu braço direito no Ministério. “Toda a tratativa para a ida dela para disputar a eleição está alinhada entre Camilo e Cid”, disse uma fonte ligada ao ministro.
No início desta semana, ao participar de evento em Sobral, a secretária-executiva do MEC de a senha no sentido de que deve mesmo ser candidata. Ao comentar uma declaração da deputada Lia Gomes de que apesar do trabalho feito nacionalmente, Izolda voltaria para a missão “por amor a Sobral”.
“Eu vi (essa declaração) e concordei. A gente sabe o que significa esse trabalho que vem sendo desenvolvido há muito tempo. Um trabalho sério que tem evidências para a vida das pessoas”.
A convergência de interesses deve levá-la a disputar o comando de Sobral nas urnas.