Em meio ao debate em torno da proposta do voto impresso, o deputado federal cearense Júnior Mano (PL) abriu mão de ser o novo relator da Proposta de Emenda Constitucional, em debate na comissão especial da Câmara dos Deputados.
Na quinta-feira (5), o relatório anterior, de autoria do deputado Felipe Barros (PSL-PR), foi derrotado na mesma comissão por 23 votos a 11.
O presidente do colegiado, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), indicou o parlamentar cearense para dar novo parecer, mas Mano recusou o convite, conforme apurou esta coluna, na manhã desta sexta-feira (6).
Mano votou contra a proposta anterior e a expectativa era que elaborasse um parecer contrário à PEC do Voto Impresso, mas ele declinou da indicação.
A comissão, que deverá se reunir ainda nesta sexta-feira (6), vai indicar um novo relator para o caso, que está perto de significar a maior derrota do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional.
Perfil do parlamentar
Júnior Mano, conforme já abordamos nesta coluna, é um dos parlamentares cearenses de primeiro mandato que tem passado longe dos holofotes e atua nos bastidores, mais distante da disputa ideológica e mais próximo das demandas municipais.
Certamente, elaborar um parecer contrário a um projeto como este, que tem sido a principal bandeira do presidente Jair Bolsonaro, geraria desgaste ao parlamentar com o governo federal.
Isso, evidentemente, tem reflexo nas demandas do deputado para atender os municípios onde é votado.
Mano se livrou da relatoria de um caso de ampla repercussão nacional - coisa que alguns deputados passam anos esperando - e preferiu continuar a atuação discreta. Nada de bola dividida.