Ciro, Cid Gomes e mais um irmão tiveram sigilo bancário, telefônico e telemático quebrados

Apesar de já haver notícias de investigações anteriores, esta foi, até o momento, a maior operação da Polícia Federal contra os líderes do grupo governista local

A Operação Colosseum, da Polícia Federal, caiu como uma bomba no cenário político cearense ao ter como alvos diretos o presidenciável Ciro Gomes, o senador Cid Gomes e um outro irmão deles, Lúcio Ferreira Gomes, secretário da Infraestrutura do Governo do Estado. Além dos mandados de busca e apreensão, eles integram uma lista de 12 pessoas físicas e jurídicas que tiveram os sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático quebrados por determinação da Justiça Federal no Ceará. 

Advogados que teriam ligações com o governo do Estado na época dos acontecimentos, entre 2010 e 2013, também integram a lista com as quebras determinadas pelo juiz federal Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 32º Vara Federal do Ceará. A determinação da Justiça atende ao pedido dos policiais federais para averiguar suposta ligação entre membros da construtora Galvão Engenharia, por meio de delação premiada, e agentes públicos e privados à época.

O magistrado autorizou a apreensão de equipamentos como computadores, celulares, tablets e outros dispositivos de mídia, funcionais ou particulares e deu acesso aos policiais a todos os dados constantes nos aparelhos apreendidos ou até em serviços de nuvem relativos a serviços online. 

Para os casos de sigilo bancário e fiscal, o prazo determinado da quebra foi autorizado entre janeiro de 2009 a dezembro de 2014. No caso dos sigilos telefônicos e telemáticos, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2018. 

Supostas fraudes 

A Operação da Polícia Federal investiga suposto pagamento de propina por membros da Galvão Engenharia e agentes públicos envolvidos na obra de reforma da Arena Castelão, no governo Cid Gomes, às vésperas da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. 

Na decisão, o magistrado autorizou uma série de procedimentos policiais contra os envolvidos na operação, inclusive atos de busca e apreensão em diversos endereços, inclusive ligados a Cid e Ciro Gomes em Fortaleza e na Serra da Meruoca, na região Norte do Estado. As ações foram autorizadas no último dia 25 de novembro, mas cumpridas apenas na manhã desta quarta-feira, dia 15. 

O presidenciável Ciro Gomes, por meio das redes sociais ainda na manhã desta quarta-feira (15), fez duras críticas à operação. Ele destacou tratar-se de uma operação política para desgastar sua pré-candidatura à Presidência da República. Ciro Gomes destacou que já está preparando os recursos cabíveis à decisão. 

Até o fechamento desta reportagem, o senador Cid Gomes ainda não havia se manifestado sobre o assunto. O secretário Lúcio Gomes informou, através da assessoria, que não vai se manifestar.