Candidata ao Senado, Kamila Cardoso agrega à chapa de Capitão Wagner a pauta da inclusão

Em entrevista, ela mostra que divide as ideias entre pautas cvonservadoras e progressistas, mas precisa definir melhor a orientação ideológica

Candidata ao Senado pela coligação de Capitão Wagner, a advogada Kamila Cardoso quer carregar a marca de pautas como o olhar inclusivo para pessoas com deficiência, se diz a favor de cotas raciais nas universidades e do controle de armas, propostas que possuem viés mais progressista. Em contrapartida, afirma defender a família e ser contra o aborto.

No campo político, embora esteja candidata em uma coligação com viés mais conservador, ela prefere não entrar no jogo ideológico entre esquerda e direita e focar nas bandeiras que defende.

Kamila Cardoso foi a terceira entrevistada da série promovida pela TV Diário e Verdinha no programa Bom Dia Nordeste, nesta quarta-feira (31).

Filiada ao Avante, a candidata disse que migrou para o partido por questões de competitividade eleitoral e não propriamente por ideologia e afirmou ainda ter poucas informações sobre André Janones, o parlamentar que foi pré-candidato a presidente pelo partido e acabou desistindo para apoiar o ex-presidente Lula (PT).

As convicções de Kamila Cardoso divergem, em parte, de ideias defendidas pelo candidato ao governo do Estado, Capitão Wagner (União), a quem ela reforçou apoio e parceria na entrevista. Por outro lado, oferta, ao candidato, um perfil menos conservador com uma pauta que tende a sensibilizar parte do eleitorado, que é a inclusão.

Kamila vai bem quando defende uma reforma política que possibilite mais protagonismo para as mulheres na ocupação de espaços nas estruturas públicas e partidárias no País, pauta com a qual deve se deparar no Senado, caso seja eleita. Entretanto, derrapa ao reconhecer que fez a escolha do partido por competitividade e não por afinidade ideológica.

Este, por sinal, é um problema do sistema partidário brasileiro que a Legislação precisará resolver no curto prazo e que só uma ampla reforma política pode possibilitar. O grande número de legendas torna os partidos meramente cartorários, instituições cuja avaliação da população fica entre as piores.

A candidata disse reconhecer “avanços” no Estado na gestão do concorrente Camilo Santana (PT) e fez elogios ainda à política educacional em vigor, duas afirmações que seriam atípicas para um candidato de oposição. Ao dizer que o objetivo é dar visibilidade à causa que defende, ela se livra das amarras da política tradicional e tenta dar legitimidade aos temas, mais do que as linhas ideológicas.