Enquanto aguarda a formalização, na Justiça Eleitoral, do diretório estadual do União Brasil no Ceará, o deputado federal Capitão Wagner está organizando a adesão de lideranças à nova legenda, mas esbarra em uma dificuldade: os prefeitos do Interior. Com a ampla maioria alinhada ao governo, Wagner faz previsão otimista de que em julho a situação pode mudar.
A nova legenda deve filiar, de imediato, pelo menos, quatro deputados estaduais, três deputados federais, vereadores e suplentes, mas Wagner reconhece a dificuldade de agregar gestores municipais. Ele atribui isso à dependência dos municípios dos recursos estaduais.
Wagner ainda acusou a base governista de “forçar” prefeitos a mudarem de partido sob ameaça de cortar verbas para as cidades.
“Espere acabar a caneta. Espere acabar o Mapp, que só pode liberar até junho. Em julho, conte quantos prefeitos vêm para o nosso lado”, sugeriu o deputado aos repórteres na entrevista coletiva que concedeu nesta quarta-feira (16), na Assembleia Legislativa.
Resultado das urnas
No último pleito, em 2020, o grupo político liderado por ele teve um desempenho tímido no número de prefeituras, mas considerável em relação à população governada, o que deu perspectivas para o embate estadual deste ano.
A oposição venceu em cidades estratégicas como Caucaia, Maracanaú, São Gonçalo do Amarante e Juazeiro do Norte.
Após o início dos mandatos, entretanto, os prefeitos se aproximaram do governo Camilo Santana. É o caso, por exemplo, de Vitor Valim, gestor de Caucaia. Neste caso específico, Capitão Wagner acredita se tratar de parceria administrativa, mas diz entender a posição do prefeito.
“A gente ajudou muito na eleição dele, o Roberto Pessoa (prefeito de Maracanaú) com o grupo dele também. Tenho que respeitar a necessidade do prefeito de recurso para a cidade dele. Está assumindo a cidade com diversas dificuldades em relação a infraestrutura, precisa buscar apoio junto ao governo do estado”, argumentou.
“Em nenhum momento, ouvi o prefeito falar em campanha (eleitoral) de 2022, em quem ele iria votar... Se ele optar (pela base governista), eu vou entender os motivos”, disse ao complementar que, em outros momentos, o eleitorado não viu com bons olhos essas “guinadas 180 graus” dadas por políticos.