Os dois filhos de Cid Moreira foram deserdados pelo pai em testamento público. A afirmação foi dada à Folha de São Paulo por de Davi de Souza Saldaño, advogado de Fátima Sampaio, viúva do jornalista.
Roger Felipe Naumtchyk e Rodrigo Razendev Simões Moreira deram entrada ainda na quinta-feira (3), dia da morte do apresentador, ao pedido de abertura do inventário.
Segundo o advogado dos filhos, Angelo Carbone, alegou no processo, Cid Moreira acumulou um patrimônio de R$ 40 milhões em imóveis, além de outros R$ 20 milhões em contratos de direitos autorais relativos a trabalhos para a Globo.
Contudo, Cid Moreira “manifestou em testamento público, motivadamente, a vontade de deserdar os dois filhos, com base na indignidade prevista no Código Civil brasileiro, excluindo-os da sucessão”, disse Saldaño à Folha.
"Todo ano ele refazia o testamento acompanhado de diversos laudos médicos comprovando sua capacidade civil", acrescentou.
O advogado também chamou de "lamentável e inoportuna" a abertura do inventário. “A postura demonstra, de forma indisfarçável, que eles nunca tiveram interessados em outra coisa senão o patrimônio do pai”, afirmou.
Roger e Rodrigo moveram diversas ações cíveis e criminais contra o pai e sua esposa Fátima, todas sem sucesso. O Ministério Público observou o desvio de conduta e os acusou pela prática de denunciação caluniosa"
Além dos dois filhos, Cid também foi pai de Jaciara Moreira, que morreu em 2020 em consequência de um enfisema pulmonar. O filho dela morreu anos antes, em 1996, vítima de um acidente de carro.
Disputas judiciais
As brigas judiciais começaram cedo na família de Cid Moreira. Rodrigo e Roger já haviam acionado a Justiça para pedir que Fátima Sampaio fosse investigada por, segundo eles, dilapidar o patrimônio do apresentador, aproveitando-se da "senilidade, idade e doença de Cid".
Roger também denunciou o pai por homofobia e promoção de trabalho infantil. Segundo ele, o pai o expulsou de casa após ele ter se assumido homossexual. Além disso, ele alega que Cid o tirou da escola para trabalhar, o que incluía o pai em eventos noturnos proibidos para menores de 18 anos. Roger disse ter sido adotado aos 14 anos.
À reportagem, Fátima Sampaio disse que as acusações são caluniosas, mas não comentou sobre o processo do inventário.