Vicunha em Pacajus terá água de reuso de ETE da Cagece

Foram investidos R$ 73 milhões na construção da novíssima Estação de Tratamento de Esgotos, cuja água reciclada será reutilizada pelas indústrias do Distrito Industrial Pacajus-Horizonte

Fruto de uma parceria celebrada em novembro de 2021 pela Cagece com o Grupo Vicunha, será inaugurada segunda-feira, 8, em Pacajus, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que fornecerá água reciclada não só à fábrica de tecidos da Vicunha Têxtil, mas a todas as demais – inclusive as localizadas em Horizonte – que demonstrarem interesse pelo insumo. 

O governador Elmano de Freitas presidirá o ato inaugural.

A Cagece e o Grupo Vicunha celebraram, há pouco mais de dois anos, um acordo por meio do qual constituíram uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), denominada VSA, com o objetivo exclusivo de instalar essa ETE agora concluída e na qual foram investidos R$ 73 milhões, dos quais R$ 62 milhões aplicados na obra e na aquisição dos seus equipamentos. 

O Grupo Vicunha é o protagonista do projeto, que passará a fornecer água de reuso às dezenas de unidades industriais – de todos os portes – que operam no Distrito Industrial Pacajus-Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza.

Toda a água a ser reciclada terá origem no sistema de esgoto da fábrica da Vicunha em Pacajus.

A SPE VSA, organizada para a viabilização do projeto, tem a mesma estrutura organizacional da SPE Unitas, constituída pela Cagece com parceiros privados instalados no Complexo Industrial e Portuário do Pecém com a finalidade de produzir e fornecer água de reuso (reciclada) às empresas que vierem a instalar-se no Hub do Hidrogênio Verde do Ceará.

 
Na mesma época em que foi celebrada a parceria com a Vicunha, a Cagece também celebrou convênio com a Universidade Federal do Ceará (UFC) para a criação de um Centro de Pesquisas voltadas para o reuso de água na piscicultura e na produção agrícola.

O Grupo Vicunha tem no Ceará, além de suas indústrias têxteis, pesado investimento na fruticultura. Por exemplo: neste ano, sua empresa Finoagro está investindo R$ 30 milhões, uma pequena parte dos quais se destina à ampliação de suas áreas de cultivo de manga no Ceará. 

Cerca de 90% do investimento serão aplicados no plano estratégico do grupo liderado pelo empresário Ricardo Steinbruch, cuja prioridade é a implantação de uma unidade agroindustrial em uma das cidades do Vale do Jaguaribe – uma cláusula de confidencialidade mantém sob sigilo, por enquanto, a localização exata da fábrica. Esta coluna pode adiantar que a produção dessa unidade será voltada para o mercado externo. 

A Finoagro tem fazendas de produção de manga na zona rural dos municípios de Beberibe e Quixeré, no Ceará, e em Ipanguaçu, no Vale do Açu, no Rio Grande do Norte, e no Polo Fruticultor de Petrolina, em Pernambuco. 

A área das fazendas de produção da Finoagro – cujo CEO é José Antônio Belotte – alcança 1.700 hectares. Em 1.100 hectares, ela produz as variedades Kent e Keit, que são mangas sem fibra; a Palmer, que tem um pouco de fibra; e a Tommy, que tem muita fibra. 

Nos 600 hectares restantes, a empresa cultiva e exporta uva.

Em Beberibe, as variedades Kent e Keit ocupam 35 dos 90 hectares da fazenda; a Palmer é cultivada em 40 hectares e a Tommy, em 15 hectares. Em Quixeré, a Finoagro também produz manga e uva em uma área de 100 hectares.

Der acordo com Belotte, a Finoagro exporta, anualmente, 25 mil toneladas de manda, o; que equivale a 80% de toda a sua produção. Desse total, 60% são exportados para a Europa e 40% para os Estados Unidos. Os 20% restantes são comercializados no mercado interno brasileiro. 

A propósito: no próximo dia 9, a quinta-feira da próxima semana, no La Maison Dunas, o empresário Ricardo Steinbruch será homenageado pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), que lhe entregará a Medalha da Ordem do Mérito Industrial, outorgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).