Transição energética do mundo custará R$ 278 trilhões até 2050, diz Fiec

O presidente da Federação das Indústrias, Ricardo Cavalcante, afirma que o Ceará e o Nordeste têm tudo a ver com isso, pois é aqui o melhor lugar para a produção das novas energias e do H2V

US$ 278 trilhões. Por extenso, como se dizia antigamente: duzentos e setenta e oito trilhões de dólares. Este é o total dos investimentos previstos até o ano de 2050 que o mundo fará para transitar da energia de origem fóssil – o petróleo, o carvão mineral e o gás natural – até tornar o planeta autossuficiente em energias renováveis, incluindo o Hidrogênio Verde. 

F oi o que revelou nesta quarta-feira, 26, o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, que há dois anos se tornou parceiro do governo do Governo do Estado e da Universidade Federal (UFC) no projeto de implantação do Hub do H2V no Pecém.

Ele falou sobre o tema durante o discurso com o qual saudou, no auditório da Casa da Indústria, os dirigentes das quatro empresas – Cerbras, Qair Brasil, Alimempro e Solar Coca-Cola – que receberam o Selo Esg-Fiec de Sustentabilidade. 

Outras 15 empresas estão em processo de certificação, após haverem cumprido os rígidos critérios de auditoria da Veritas, da qual a Fiec é certificadora.

A mesma certificação foi entregue há um mês à Vulcabrás, que tem grande fábrica de calçados em Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza.

Segundo o presidente da Fiec, as empresas estão vivendo hoje no mundo uma nova realidade que junta ao mesmo tempo os interesses econômicos, sociais e ambientais, “pois é preciso, simultaneamente, cuidar das pessoas e do planeta”.

Ricardo Cavalcante lembrou que, há meros 35 anos, as empresas do mundo eram em sua maioria industriais; hoje, elas estão voltadas para a Tecnologia da Informação e para os cuidados com o meio ambiente. 

Os Bancos Centrais anunciaram, recentemente, que, até 2050, o mundo viverá a maior transformação de sua história, principalmente na área da energia. Essa transição energética “já estamos vivendo, inclusive aqui no Ceará e no Nordeste brasileiro, que têm tudo a ver com essa transformação, pois estão aqui as melhores condições de sol, de vento, de infraestrutura e de localização geográfica para a produção das novas energias e do Hidrogênio Verde”, como salientou o presidente da Fiec.

Falando para um auditório lotado e silencioso, atento ao que ele estava dizendo, Ricardo Cavalcante, citando o mesmo estudo dos Bancos Centrais, disse que, até o ano de 2050, será investido um Monte Everest do tamanho de US$ 278 trilhões em projetos de geração de energias renováveis, incluindo o Hidrogênio Verde.

De acordo com Ricardo Cavalcante, o Ceará tem um futuro muito promissor, podendo finalmente, com a implantação dos grandes projetos de produção do H2V, mais do que dobrar sua participação no PIB nacional, que há 80 anos é de 2%. 

Ele revelou que a Fiec tem um grande desafio: qualificar, por meio do Senai, 80 mil pessoas para atender à demanda de mão de obra das empresas nacionais e estrangeiras que estão chegando para produzir H2V e para gerar energias eólica e solar.