Quarta-feira, 6, pouco antes da meia noite, depois de haver assegurado, sob seu comando, a matrícula do Fortaleza Esporte Clube para mais uma temporada na Séria A do Brasileirão da CBF, e de haver ré endereçado, pela primeira vez, o grandioso Santos para a Série B, a mesma onde está seu rival centenário, o técnico Juan Carlos Vojvoda concedeu entrevista coletiva à imprensa no estádio da Vila Belmira, durante a qual transmitiu excelentes informações não só para a gigantesca e afinada torcida tricolor, mas também para os empresários do trade turístico cearense, igualmente beneficiados diretos pelo sucesso do time e do clube ao longo deste ano de 2023.
O time tornou-se vice-campeão continental; o clube pôs no seu caixa uma boa soma de dinheiro que, bem utilizada, servirá para vitaminar a equipe de Vojvoda.
Para os que não sabem: a cadeia do turismo esportivo é extensa. Ela movimenta em todo o país – nas séries A e B, na Libertadores e na Sulamericana – companhias de aviação, empresas de locação de veículos, hotéis de categoria quatro e cinco estrelas, bares, restaurantes, barracas de praia, táxis, serviço de segurança privada, cabeleireiros (acreditem), manicure, casas de show e, naturalmente, os estádios de futebol, que, por sua vez, agitam outros setores da atividade econômica.
O francês Philippe Goderfroit, há 14 anos na posição de gerente geral do Hotel Gran Marquise, onde se hospedam em Fortaleza as equipes que disputam a Primeira Divisão do Brasileirão, da Libertadores e da Sulamericana, acompanhou com muita atenção a entrevista de Vojvoda, cuja permanência na direção técnica do Fortaleza gerava dúvidas.
O argentino, porém, esforçando-se, como sempre o faz, para falar em bom português, transmitiu a boa notícia: cumprirá o restante do seu contrato, que terminará no dia 31 de dezembro do muito próximo 2024.
Disse Vojvoda que acertara com a diretoria do clube todos os detalhes relativos à composição do elenco para os enormes desafios do ano novo, à garantia do reforço da infraestrutura para o otimizar ainda mais a preparação física e técnica do time e, principalmente, à referente à logística de transporte.
Neste ano de 2023, foram os jogadores do Fortaleza os que, no Brasil, mais jogaram (78 vezes) e os que mais viajaram para cumprir as tabelas dos jogos nacionais e internacionais. Essa logística será melhorada, prometeu o comando da gestão tricolor, que já está à caça de novos e bons jogadores no mercado brasileiro e estrangeiro, ao mesmo tempo em que, para fazer caixa, cuida de negociar alguns atletas considerados dispensáveis.
“Estamos felizes porque a presença do Fortaleza, mais uma vez, na Série A do Campeonato Brasileiro manterá em 2024, como manteve em 2023, o fluxo semanal de delegações esportivas no nosso hotel. Isto é muito bom”, disse Godefroit. Ele detalhou:
“Por exemplo: quando os grandes times vêm jogar aqui, trazem consigo grupos de torcedores que ampliam a taxa de ocupação do Gran Marquise. Na última vez em que esteve conosco, no início de novembro, a delegação do Flamengo ocupou 90 apartamentos; a do Palmeiras, 80. Se você contar com torcedores que se hospedaram em outros hotéis ou em casas de parentes e amigos, terá a noção do representa esse turismo esportivo. Da mesma forma, acontece quando aqui veem jogar os times da Libertadores e da Sulamericana”, explica Philippe Goderfroit com o seu forte sotaque francês.
Na opinião do gerente-geral do Gran Marquise, o futebol é hoje o que ele considera “um negócio tão sofisticado que exige gestão profissional e altamente qualificada, e neste ponto o Fortaleza é um bom exemplo de organização”. Goderfoit torce para, em 2024, o Ceará Sporting, outro gigante do futebol do Nordeste e do país, retorne à Série A. “Aí, então, será a sopa no mel”, conclui.