Em cada grande shopping center no Brasil, há uma unidade da rede de lojas Americanas, em cuja contabilidade se descobriu, na última quarta-feira, 11, um rombo de R$ 20 bilhões, que pode chegar a R$ 40 bilhões, segundo os próprios advogados da empresa.
Aqui em Fortaleza, há uma Americanas no Iguatemi, no Riomar Fortaleza e no Riomar Kennedy, no North Shopping, no Shopping Parangaba, no Shopping Benfica,no Del Paseo, no Rio Sul, North Shopping Jóquei, no Shopping Aldeota, no Shopping Pátio Brasil e outras lojas de rua na Aldeota e no centro urbano da capital cearense, todas empregando centenas de pessoas.
Surge a óbvia pergunta: o que acontecerá com essas lojas e com os seus empregados? A resposta também é óbvia: parte das lojas deverá fechar e parte dos seus colabores perderá o emprego.
A Americanas dá emprego direto a mais de 40 mil pessoas em todo o país.
Na sexta-feira, 13, a Justiça da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro atendeu pedido dos advogados da Americanas e concedeu medida cautelar com validade de 30 dias, prazo durante o qual nenhum pedido de falência da empresa poderá ser apresentado.
Essa possibilidade existia, diante das informações de que credores da Americanas entrariam na Justiça reclamando o pagamento de dívidas no valor de R$ 40 bilhões que se vencerão ao longo deste e do próximo ano.
Durante esse prazo de 30 dias, os principais acionistas da Americanas – os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, donos da Ambev, entre outras empresas – liderarão um esforço de salvação da companhia.
Em qualquer providência que venha a ser adotada para manter viva e em operação a Americanas, o fechamento de lojas, a redução do quadro de pessoal e o corte drástico de despesas estarão incluídos.
Muito certamente, de acordo com informações que circulam no mercado, a empresa entrará, nos próximos 30 dias, no regime de Recuperação Judicial, além de tentar a sua capitalização por meio do lançamento de novas ações e da venda de ativos.
Mas a Americanas também pode ser simplesmente vendida ou passar por um processo de fusão com empresa do varejo. São hipóteses diante do quadro nebuloso em que se encontra a companhia.
Os donos de shoppings, inclusive os cearenses, estão muito preocupados, porque a Americanas é uma loja-âncora de cada grande centro de compras do país – como os de Fortaleza.