Semana do Copom: a Selic cairá 0,25% ou 0,50%? Faça sua aposta.

A maioria do mercado prevê queda de apenas 0,25% tendo em vista o núcleo do setor de serviços, cuja inflação segue alta. Mas a decisão do colegiado não será por unanimidade

Esta é a semana que, no mundo da economia brasileira, terá dois protagonistas: o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, que se reunirá amanhã e quarta-feira em Brasília para decidir sobre a taxa de juros Selic, e a Petrobras, que divulgará na quinta-feira, dia 3 de agosto, seu balanço relativo ao segundo trimestre deste ano.

O Copom começará um ciclo de redução da taxa básica de juros Selic. Desde agosto de 2022, essa taxa está estacionada no patamar de 13,75%. E todas as apostas indicam que ela será reduzida, no mínimo, em 0,25%, embora tenha crescido a chance de essa redução ser maior, de 0,50%.

Por sua vez, a Petrobras – segundo estimam economistas que acompanham o mercado financeiro – deverá apresentar um resultado financeiro menor no seu segundo balanço trimestral deste exercício de 2023.

Houve redução na produção de petróleo e, também, redução do preço dos combustíveis.

Na sexta-feira passada, o Conselho de Administração da empresa aprovou modificações na distribuição de dividendos, que são a parcela do lucro destinado a remunerar seus acionistas, o maior dos quais é o governo brasileiro. 

A partir do balanço a ser divulgado na quinta-feira, a parte do lucro líquido da Petrobras destinada à distribuição de dividendos será reduzida de 60% para 45%. Isto já era previsto pelo mercado. 

A maior estatal brasileira já anunciou, pela voz do seu presidente, Jean Paul Prates, que investirá parte do seu lucro em projetos de geração de energias renováveis, incluindo a eólica offshore (dentro do mar), e este é outro argumento para a redução dos dividendos.

É um claro sinal de que a Petrobras entende que o futuro da energia já chegou e que esse futuro são as energias limpas incluindo o Hidrogênio Verde, ou seja, o produzido com energias renováveis. E a empresa investirá nesse promissor segmento.

Com relação à reunião do Copom, parece certo de que os nove membros do Comitê não decidirão por unanimidade.

Dois deles - Gabriel Galípolo e Ailton Santos - foram recentemente indicados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e nomeados pelo presidente Lula, e pela primeira vez participarão da reunião do Copom, e ambos deverão votar por uma redução maior da taxa Selic. 

Redução maior significará um corte de 0,50%.

A maioria dos economistas e dos operadores do mercado, contudo, prevê que a redução da taxa de juros Selic será de 0,25%, tendo em vista que a inflação tem núcleos que ainda resistem, como o do setor de serviços. 

Além do mais, a inflação deverá registrar alta nos próximos meses, e essa alta será maior se o preço internacional do petróleo continuar avançando – hoje, ele já está na casa dos US$ 84 por barril. De janeiro julho deste ano, ele não passou de US$ 76 por barril.

Se esse preço subir até US$ 90, ou mais, a Petrobras terá de aumentar o preço dos seus combustíveis, e aí a inflação estará de volta com mais força. 

Resumindo, a eficiência da nova política de preços da Petrobras está próxima de ser testada.

O Boletim Focus, do Banco Central, será divulgado às 8h30 de hoje, e deverá trazer as previsões dos economistas sobre a inflação, o PIB, o câmbio e a taxa de juros Selic.

Esse boletim poderá ter influência na decisão do Copom, que será divulgada no início da noite de quarta-feira, depois de amanhã, dia 2 de agosto.