Salmito vê Pecnordeste versão cearense da Fruit Logistica

Neste ano, a grande feira da agropecuária do Nordeste, promovida pela Faec, baterá todos os recordes de público e expositores, ocupando todos os espaços dos pavilhões Leste e Oeste do Centro de Eventos do Ceará.

Em depoimento a esta coluna, o secretário do Desenvolvimento Econômico (SDE) do Governo do Ceará, Salmito Filho, disse que, agora, entende a exata dimensão e importância do agro na economia global. Com seus próprios olhos, ele viu em exposição na recente Fruit Logistica, em Berlim, toda a cadeia produtiva mundial da agricultura e do seu segmento de hortifruticultura. 

Salmito Filho declarou-se encantado e impressionado não só com os produtos e serviços que 2.800 empresas de 130 países expuseram no Messe Berlim, mas, principalmente, com a alta tecnologia mobilizadora desse crescente setor da atividade econômica. 

Acompanhado pelo secretário Executivo do Agronegócio de sua pasta, Sílvio Carlos Ribeiro; pelo presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueiredo; pelo presidente da Adagri, Elmo Aguiar; e pelo conselheiro do Sebrae-Ce e coordenador de Recursos Hídricos da SDE, Erildo Pontes, o secretário Salmito Filho teve a chance de conhecer a gigantesca área de exposição dos equipamentos de última geração tecnológica – máquinas, tratores, robôs, sensores, pivôs de irrigação – utilizados por hortifruti cultores dos cinco continentes. 

Empresas brasileiras – as do Ceará no meio – já usam alguns desses equipamentos.

“Ainda estou sob o forte impacto do que vi na Fruit Logistica. Eu já tinha dela boas informações, mas conhecê-la, percorrê-la e ver nela, ao vivo, o extraordinário resultado de quem produz e colhe, de quem transporta e de quem cria – nos laboratórios de universidades e de grandes empresas – a tecnologia que aumenta a produção e a produtividade e reduz os custos de produção – tudo isso me deixou entusiasmado para implementar novas políticas públicas destinadas ao incremento dessa atividade, que é empregadora intensiva de mão de obra”, confessou à coluna, com outras palavras, Salmito Filho.

Assim como este colunista – que neste ano cobriu pela 14ª vez a Fruit Logistica – o secretário da SDE não teve tempo de conhecer toda a feira. 

Por causa de sua agenda cheia de reuniões com autoridades e empresários do governo alemão e da Embaixada brasileira em Berlim e com investidores estrangeiros e do Brasil, ele não pode, por exemplo, visitar os pavilhões onde estavam expostos os produtos, os serviços e a tecnologia da China, cujo estande, neste ano, teve aumentada sua área em mais 1 mil m². Também não teve tempo para visitar os pavilhões ocupados pelos países do Oriente Médio e da Oceania. 

Salmito Filho está, agora, suficientemente equipado para ver na Pecnordeste – a maior feira da pecuária nordestina, que se realiza anualmente no mês de junho no Centro de Eventos – uma cópia, em tamanho reduzido, da Fruit Logistica. 

Promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), presidida por Amílcar Silveira, a Pecnordeste deste ano será a maior da sua história e da história do Centro de Eventos, pois, pela primeira vez, ocupará todas as áreas disponíveis dos seus pavilhões Leste e Oeste.

A Pecnordeste, em apenas dois anos, deixou de ser a minúscula e raquítica reunião de amigos produtores e beneficiadores de leite e frutas para transformar-se no que é hoje, a festa superlativa da agropecuária do Ceará e da região nordestina, da qual participam empresas industriais – nacionais e estrangeiras – que fabricam máquinas, tratores e implementos agrícolas. 

Na Pecnordeste do ano passado, um único trator – moderno, com sensores e GPS, com ar-condicionado na sua cabine de direção, foi vendido por R$ 3,5 milhões. 

O titular da SDE – um estudioso da economia nordestina e do seu semiárido – está hoje diante de um grave desafio: incentivar a agropecuária cearense a manter-se produtiva em um ano de pouca chuva. 

Há providências que devem ser logo adotadas pelo governo do Estado, a primeira das quais será pressionar o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional a retomar, no curto prazo, o bombeamento das águas do São Francisco para o açude Castanhão, no Ceará. 

Por enquanto, toda a água bombeada está sendo encaminhada para a Paraíba pelo Canal Norte do Projeto São Francisco. São mais de 12 m³ por segundo que deixam de vir para o necessitado lado cearense. 

A esperança de quem produz no campo repousa na certeza de que, sendo também um agropecuarista, o governador Elmano de Freitas conduzirá com sabedora as medidas indispensáveis para a travessia deste ano, que, segundo a ciência, será de franciscana pluviometria.