Sob uma tempestade diária de críticas da oposição e da mídia, o governo do presidente Bolsonaro está diante de mais um adversário, tão poderoso quanto aquelas: a inflação, que, impulsionada principalmente pelo quase semanal reajuste dos preços dos combustíveis, segue em aclive.
Nos próximos dias 7 e 8 de dezembro, o Comitê de Política Moneária (Copom), do Banco Central, que em outubro passado elevou a taxa básica de juros Selic para os atuais 7,75% ao ano, deverá impor novo aumento.
No mercado, comenta-se que a próxima elevação chegará aos 2%, o que levará a Selix para perto dos 10% ao ano, agravando o custo dos empréstimos e das compras a prazo.
Quando decide subir a taxa de juros, a autoridade monetária tem o objetivo de conter o consumo. Acontece que, no Brasil, o consumo está em baixa, haja vista os últimos números relativos às vendas do comércio varejista, que registrou queda em setembro e outubro, tendência que se mantém neste novembro.
Tudo se reflete no mercado financeiro: a Bolsa de Valores, que chegou aos 130 mil pontos, fechou ontem em torno dos 107 mil pontos. Resultado: o preço dos ativos brasileiros ficou muito barato.
NOVIDADE NA CASA DOS VENTOS
Maior desenvolvedora de projetos de geração de energia eólica do país, a Casa dos Ventos, controlada pelo empresário cearense Mário Araripe, está informando os grandes e médios consumidores de energia elétrica do Nordeste que já podem acioná-la para a compra de energia pelo mercado livre e, ainda, para ajuda-los na autogeração eólica e solar.
Para isso, a empresa acaba de anunciar seu novo gerente comercial para a região Nordeste, o engeheiro cearense Sérgio Armando Benevides Filho, que há 21 anos trabalha na empresa de Araripe.
Benevides, mestre em engenharia de produção, é também gerente de compras da Têxtil União, outra empresa controlada por Mário Araripe, com fábricas em Fortaleza e em Valença, na Bahia.
Ele é, ainda, Coordenador do Comitê de Algodão e presidente do Conselho de Ética dos Contratos de Algodão da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) para a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação das Empresas Expportadores de Alodão (Anea) e Bolsa Braasileira de Mercadorias (BBM).
OS IRMÃOS ROCHA E A INFLAÇÃO
Este colunista renovou ontem a alegria de encontrar os irmãos Manoel e Francisco da Silva Rocha, donos da F. S. Rocha Pescados e Mariscos e da Somarisco, duas empresas varejistas que, em Fortaleza, vendem o que o mar produz para pessoas físicas e jurídicas, principalmente restaurantes e hotéis.
Como das vezes anteriores, o prazer de ouvi-los a explicar, em linguagem simples, as complicadas questões da economia abre para esta coluna e para os seus leitores uma rara janela de aprendizado. Eis, a seguir, o resumo da conversa de ontem:
Como vocês estão encarando a alta da inflação? Ela não prejudica o seu negócio?, indaga o colunista. Os irmãos Roha respondem:
“A inflação existe desde quando houve mais gente querendo comprar uma ou mais mercadorias em falta na feira, na bodega ou no supermercado. O preço desse produto aumenta, naturalmenta, como consequência da lei da oferta e da procura. Assim a inflação não é uma novidade. Às vezes ela sobe, às vezes ela desce, e todo mundo se acostuma com esse vai e vem, e nós aqui, assim como nossos clientes, não nos assustamos com o que para nós é uma coisa da economia”, dizem ele como se fossem professores de uma cadeira da Faculdade de Economia.
E como vocês fazem para não ter prejuízo entre o dia do pedido ao fornecedor, quando o preço é um, e o da entrega da encomenda, quando o preço é outro? – é mais uma pergunta que surge. Os irmãos Manoel e Francisco Rocha explicam no seu linguajar, aqui traduzido para a compreensão do leitor:
“Encomendamos exatamente a quantidade certa, nem mais nem menos. Assim, mantemos o controle do estoque e, observando a concorrência, fixamos o preço com a margem necessária à manutenção e ao prosseguimento de nossa atividade”.
Mas para isso deve existir uma mútua confiança de vocês com os seus fornecedores e vice-versa, questiona o colunista.
“Sim, e esta é uma regra básica do nosso comércio. Nossos pais nos ensinaram que a palavra tem mais valor do que uma promissória assinada e avalisada. Mantemos com nossos fornecedores, e eles são de vários estados, a melhor relação comercial possível. Pagamos em dia nossos compromissos (o quer dizer “somos adimplentes” ou “somos confiáveis”) com os fornecedores e estes, em contrapartida, cumprem os prazos de entrega e nos garantem produtos da melhor qualidade”. Simples assim,
Vale lembrar: Manoel e Chico Rocha, há 20 anos, vendiam peixe em um isipor de um metro por um metro, na esquina das ruas Padre Veldevino e Nunes Valente. Empreendedores, construíram o que hoje são as maiores lojas de venda de pescados e maricos de Fortaleza. No ano passado, em plena pademia, foram incluídos entre os homenageados pelo Sistema Verdes Mares por ocasião da Sereia de Ouro.
ICARAÍ-CUMBUCO SERÁ DUPLICADA
Dois anos de espera depois, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Sema) concedeu o licenciamento ambiental para a duplicação da estrada CE-090, que liga a praia do Icaraí à do Cumbudo.
Uma rodovia turística em cuja duplicação o governo do Estado investirá R$ 17 milhões. Está incluída a duplicação da ponte sobre o rio Barra Nova. A estrada tem 6 quilômetros de extensão.
A obra de duplicação será agora licitada.