Para ajudar o sistema básico de saúde, está chegando a Nova Farmácia

Patriciana Rodrigues, CEO do Grupo Pague Menos, diz a jovens empresários que casamento da farmácia com a telemedicina, já feito no Ceará, reduzirá atendimentos primários nos postos de saúde

Está sendo desenhado e implementado no varejo brasileiro um novo conceito de farmácia, que vai muito além do que faz hoje uma loja expositora e vendedora de medicamentos e produtos afins. 

A farmácia moderna – como disse ontem a engenheira civil Patriciana Rodrigues, acionista e CEO do Grupo Pague Menos, dono da rede de farmácias de mesmo nome – é o primeiro elo da cadeia de saúde, podendo resolver problemas básicos, evitando a superlotação das unidades do SUS. 

Falando para 30 integrantes da Associação dos Jovens Empresários (AJE) de Fortaleza, que silenciosamente, na hora do almoço, a ouviram com um misto de atenção e admiração pela torrente de informações que ela despejou durante os 60 minutos de sua palestra, Patriciana explicou que, com o advento e o progresso da telemedicina, já utilizada em muitas das 1.600 lojas de sua rede, “a nova farmácia será uma importante aliada das políticas governamentais para a área da saúde;  no Ceará, isto começou e avança com pleno sucesso”.  

“Toda a pressão que hoje existe sobre os postos de saúde, sobre as UPAS e sobre os hospitais públicos de baixa complexidade tenderá a desaparecer, em futuro próximo, graças ao casamento da moderna farmácia com a tecnologia da teleconsulta”, previu a CEO do Grupo Pague Menos.

Expressando-se com muita desenvoltura, ela contou a história mais recente do Grupo Pague Menos, que começou desde o momento em que sua empresa se associou ao General Atlantic, um grande Fundo de Investimento com sede nos Estados Unidos, cujos executivos aportaram sua expertise e seu conhecimento dos grandes mercados mundiais. 

Os norte-americanos mudaram os rituais de gestão da Pague Menos, uma empresa familiar. Para começar, pesquisaram junto aos bancos e à indústria farmacêutica sobre a competência e a habilidade de cada um dos filhos do fundador da empresa, Deusmar Queirós. 

Concluíram que todos eram competentes e hábeis. “A pesquisa do General Atlantic apurou que nós estávamos nos lugares certos”, contou Patriciana. 

Seu irmão mais velho, Mário Queirós, foi guindado à posição de CEO da organização enquanto Patriciana assumiu a presidência do Conselho de Administração. 

Com ambos no comando, a Pague Menos abriu seu capital. O IPO foi realizado no dia 2 de setembro de 2020, “em plena pandemia”, com a Bolsa de Valores B3 fechada para pregões físicos.

“Montamos em Fortaleza um cenário de Bolsa de Valores e fizemos um evento que replicou em tudo o instante de abertura do capital, com batida de martelo e sirene”, relembrou Patriciana. O IPO foi um sucesso e as ações da Pague Menos encontram-se, desde então, negociadas no mercado de capitais.

 Hoje, inverteram-se as posições: Patriciana é a CEO e o irmão Mário preside o Conselho de Administração.

Ela deu números atuais de sua organização: a rede tem 1.600 lojas em todos os estados do país e mais no Distrito Federal, emprega diretamente 25 mil pessoas, é a segunda maior do país (em 2022, a Pague Menos comprou a Extraforma, que tinha 400 unidades, inclusive no Ceará), é líder de vendas nas regiões Norte e Nordeste, seu faturamento chegou, no ano passado de 2022, à casa dos R$ 10 bilhões e sua carteira de clientes ativos já ultrapassou a marca de 19 milhões.

A empresa é patrocinadora da Seleção Brasileira, do Big Brother Brasil, do Fortal, do Carnatal e da Festa de São João de Caruaru, conhecida como “o maior forró do mundo”. 

“Nossa presença em todas as regiões brasileiras nos ensinou muito sobre o valor da diversidade. Atender um cliente em uma de nossas farmácias na Amazônia é bem diferente do que fazer o mesmo numa cidade do Sul ou do Sudeste, pois até o sotaque muda.

"Nossa empresa tem diversidade de raças, uma vez que boa parte dos nossos 25 mil colaboradores descende de povos originários, de nações indígenas, sem contar os afro descentes, que são muitos também.

"E mais: as mulheres sempre foram empoderadas pela nossa empresa. Desde 1994, promovemos, anualmente, o Encontro de Mulheres Pague Menos no Centro de Eventos do Ceará, que em 2019 recebeu 12 mil mulheres. E para finalizar: a Pague Menos não tem um CEO, mas uma CEO, que sou eu”, concluiu Patriciana Rodrigues sob aplausos.