Ontem, foi um dia morno na Bolsa de Valores brasileira B3, que fechou em queda de 0,52%, aos 110.333 pontos, enquanto o dólar subiu e passou dos R$ 5, encerrando o dia cotado a R$ 5,01.
O fraco movimento de ontem tem uma explicação: as bolsas dos Estados Unidos não operaram por causa do feriado do Memorial Day.
Havia a expectativa de que o mercado reagiria com animação ao acordo do governo do presidente democrata Joe Biden com o líder da oposição republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy em torno do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos, mas essa animação não veio, nem no Brasil nem na Europa, onde as bolsas fecharam em queda, também.
Mas, por causa da perspecriva de aprovação do acordo pelo Congresso norte-americano, o dolar fortaleceu-se e fez reduzir nesta terça-feira, 30, o preço do petróleo do tipo Brent, negociado em Londres e importado pela Petrobras: ele caiu de US$ 77,50 ontem para US$ 76,63 hoje.
Aqui no Brasil, as ações da Vale caíram 0,75%, mesmo com a subida de 4,89% do preço do minério de ferro no mercado asiático.
É que há uma preocupação nos mercados mundiais com a lenta retomada da economia da China, onde novos casos de Covid-19 surgiram e aumentaram os temores de uma nova crise sanitária em algumas regiões chinesas importantes.
As atenções dos investidores estarão voltadas, a partir de hoje e por toda esta semana, para o Senado Federal, que começará a debater sobre a proposta do arcabouço fiscal, já aprovado pela Câmara dos Deputados.
Não há nenhuma dúvida de que a proposta será aprovada, mas, mesmo assim, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, participarão de debates na Comissão de Assuntos Econômicos, transmitindo explicações aos senadores sobre os objetivos da nova matriz fiscal, que, como aqui tem sido dito e repetido, tem seus alicerces fincados no aumento da arrecadação tributária.
Para que se cumpram as metas do arcabouço fiscal, a Receita Federal terá de arrecadar, neste ano, a montanha de R$ 150 bilhões, sem aumentar os impostos. Dez em cada 10 economistas dizem que essa missão será impossível.
Para os que pensam em comprar um carro novo, mas do tipo popular, vai aqui uma informação:
Entre 2017 e 2022, a inflação brasileira subiu 28,43%, mas o preço dos automóveis aumentou 90%, segundo a consultoria Jato Dynamics, citada pelo Infomoney, um site especializado em economia.
Essa alta extraordinária do preço dos carros foi causada pela pandemia, que reduziu a fabricação e a oferta de semicondutores, e, também, por problemas de logística, o que atrasou bastante a entrega desses componentes nos países que têm indústria automotiva, como o Brasil.
Grande parte desses semicondutores é produzida na China, duramente castigada pela Covid-19.
O governo brasileiro quer implementar um programa relâmpago -- de apenas quatro meses de duração -- que reduza o preço dos chamados carros populares, que teriam desconto de impostos federais de até 10,9%, desde que poluam menos, consumam menos combustível e usem mais peças fabricadas no Brasil.
Acontece que, com os juros altos de hoje, será difícil ter sucesso a intenção do governo de reduzir o preço dos automóveis ditos populares, o mais barato dos quais custaria R$ 60 mil, o que, convenhamos, não é preço de carro popular.