Hidrogênio Verde: o Ceará segue na frente da corrida

União Europeia anunciou que investirá 2 bilhões de euros numa unidade de H2V no Piauí. A australiana Fortescue, sozinha, investirá US$ 5 bilhões em sua indústria de Hidrogênio Verde no Pecém

Na corrida pelo Hidrogênio Verde, o Ceará mantém-se na frente, apesar do recente anúncio de que a União Europeia investirá 2 bilhões de euros no financiamento de um projeto de produção do H2V no vizinho e querido Piauí. 

Basta dizer que a australiana Fortescue, sozinha, investirá R$ 25 bilhões na implantação de sua unidade industrial no futuro Hub do Hidrogênio Verde do Pecém. Sem falar nos projetos, também prontos para implantação, da Casa dos Ventos, da AES Brasil e da Cactus Energia Verde.

Vale ser lembrado que o projeto da Fortescue – que atravessou o Pacífico desde a Oceania até aportar no litoral Norte do Ceará – só não teve ainda suas obras iniciadas porque o governo brasileiro – o Congresso Nacional no meio – ainda não executou a sua parte, que é a mais simples: regular a produção do Hidrogênio e a geração de energia eólica offshore (dentro do mar).

O governo do Piauí desenvolveu, ao longo deste ano, um esforço elogiável ao buscar, na Europa, parceiros para o seu plano de tornar aquele estado um polo de H2V. Deu certo, e a própria Ursula von der Leyen, presidente da UE, fez o anúncio, revelando que a unidade produtora do Hidrogênio Verde do Piauí será erguida na geografia de Parnaíba, mais precisamente na área de sua Zona de Processamento para Exportação – a ZPE de lá.

Enquanto isso, aqui no Ceará, o projeto de engenharia, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do empreendimento da Fortescue já foram concluídos, apresentados e aprovados, após mais de dois anos de trabalho e pesquisa, e aguardam a regulação da produção do Hidrogênio para o início de sua construção. 

Mas não é só o Piauí que está nessa corrida de obstáculos – o Rio Grande do Norte, a Bahia, o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul trabalham com o mesmo objetivo. 

O Ceará, todavia, leva boa vantagem nessa disputa, porque 1) começou mais cedo, 2) atraiu mais de 30 empresas nacionais e estrangeiras, 3) criou e promoveu duas edições do Fiec Summit Hidrogênio Verde, que deu visibilidade internacional ao projeto, tornando- conhecido também no universo acadêmico mundial que pesquisa o H2V, 4) levou o Parlamento a acelerar a legislação sobre o negócio e 5) está pronto para produzir o H2V.