Haddad diz que Lula será austero nos gastos. E a Bolsa subiu!

O futuro ministro da Fazenda garante que haverá cortes no orçamento de 2023 para reduzir o déficit primário estimado em R$ 220 bilhões

Ontem, a Bolsa de Valores brasileira B3 fechou em boa alta de 1,53%, aos 110.236 pontos, enquanto o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,25, com queda de 0,60%. 

Hoje, quinta-feira, a Bolsa realizará seu último leilão de 2022.

No pregão de ontem, os negócios foram impactados de modo positivo pelas declarações do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que mandou sinais de austeridade para o mercado, que gostou do que ouviu. Resultado: a bolsa subiu.

Haddad disse que pediu ao atual governo do presidente Bolsonaro que não prorrogue a isenção do PIS e da Cofins que incidem sobre os preços dos combustíveis. Isto significa que, a partir de domingo, depois de amanhã, os preços da gasolina e do óleo diesel aumentarão. Mas significa, também, que o governo Lula será severo na arrecadação tributária.

Fernando Haddad está preocupado com a questão fiscal. Ele sabe que os gastos do governo federal explodirão em 2023 e, também, em 2024, por causa da chamada PEC da Transição, que tirou da Lei do Teto de Gastos mais de R$ 150 bilhões que serão usados em políticas sociais e, também, em investimentos. 

É por este motivo que Haddad está dizendo que o governo Lula será austero a partir de sua posse. 

Como o mercado vinha projetando números muito ruins para o futuro próximo da economia brasileira, com o aumento expressivo da dívida pública e, consequentemente da taxa de juros, o ministro Fernando Haddad mudou sua posição e, agora, insiste no discurso sobre austeridade fiscal, mandando mensagens de que o governo Lula trabalhará no sentido de reduzir o déficit primário de R$ 220 bilhões previsto para 2023. 

Para isso, Lula e Haddad farão cortes no orçamento. Se isso acontecerá mesmo, só o tempo dirá. 

Mas o mercado ouviu e entendeu a mensagem de Haddad, e a alta de ontem da Bolsa B3 foi uma boa resposta. 

Ontem, o total da movimentação dos negócios foi pequeno, de apenas R$ 18,6 bilhões, ou seja, metade do que costuma registrar nos pregões normais.