Fusão Betânia-Embaré: uma vitória da nova geração

Os jovens empresários cearenses da agropecuária e da indústria assumem o protagonismo. Leia mais: 1) Cenário ruim para a economia; 2) Ypióca na linha da sustentabilidade

Divulgada por esta coluna ontem, às 6 horas da manhã, com exclusividade nacional, a fusão da cearense Betânia Lácteos, líder do mercado de lacticínios do Nordeste, com a paulista Embaré, dona da marca Camponesa, não é somente um relevante fato da economia brasileira, mas uma prova do que está podendo a nova geração de empresários do Ceará, que se destacam em diferentes ramos de atividade – desde a Educação à indústria de massas alimentícias, da fruticultura aos mercados de seguros e do varejo farmacêutico. 

A Betânia Lácteos foi fundada por um visionário, o agropecuarista Luiz Girão, mas foram seus filhos David e Bruno Girão – este, sócio majoritário da empresa, será o CEO da empresa que nascerá da fusão – os quais, qualificados em Harvard, deram impulso, ampliaram e consolidaram os sonhos paternos. 

A família Antunes, dona da Embaré, deve ter entendido, desde o início dos entendimentos para a fusão, que seus agora parceiros cearenses são empreendedores com o mesmo DNA familiar, ou seja, muito confiáveis, além de comprovadamente competentes, o que, certamente, foi avalizado pelo fundo de investimento norte-americano Arlon, que lastreou as tratativas e que há alguns anos convive no dia a dia da Betânia, sendo sócio dela. O Fundo Arlon será sócia da nova empresa.

Como opinou o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, “a fusão da Betânia com a Embaré chega em momento importantíssimo, pois faz nascer mais um grande conglomerado nacional na área de lacticínios, tendo como CEO o jovem e talentoso empresário cearense Bruno Girão, um industrial de primeira linha, que herdou toda a genialidade do pai, Luiz Girão".

No mesmo diapasão falou o secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho do Governo do Estado, Maia Júnior, que disse à coluna que a fusão da cearense Betânia com a Embaré “é um evento que me dá muita felicidade, pois é uma empresa cearense construindo um avanço tão importante no setor em que ela atua". 

De acordo com Maia Júnior, a Betânia, ao fundir-se com a Embaré, "torna-se uma das maiores do mercado, fortalece-se, e o mundo exige hoje das empresas escala, tecnologia de ponta e grandes investimentos para que se tornem competitivas".

Na Europa, onde se encontra em missão oficial, o governador Camilo Santana e seu secretário da Casa Civil, Chagas Vieira, manifestaram seu contentamento pelo final feliz dos entendimentos entre as duas empresas, acompanhados com boa ansiedade por eles, nos últimos dias. 

Entre os empresários da agropecuária cearense, a repercussão da notícia da fusão da Betânia com a Embaré foi positiva. Cristiano Maia, maior criador de camarão do país, disse à coluna: “Essa fusão facilitará a logística e diminuirá os custos na ponta”. 

Por sua vez, Carlos Prado, fundador da Itaueira Agropecuária e vice-presidente da Fiec, comentou: “A Betânia não é um foguete espacial, mas cresce como se fosse”.

CENÁRIO DIFÍCIL NA ECONOMIA

Esta coluna chama atenção dos seus leitores para o curto comentário dos economistas Carlos Kawall, Gustavo Ribeiro, Débora Nogueira e Leonardo costa, da Asa Investments, sobre o cenário da economia hoje. O comentário foi enviado para os seus clientes:

“Acreditamos que os acontecimentos da semana passada apontam para uma mudança relevante do regime fiscal vigente desde o pós-2016.

“Como consequência da incapacidade de fazer escolhas dentro do teto de gastos, estamos colhendo um cenário de prêmio de risco muito mais elevado com piora acentuada de condições financeiras.”

Agora, a previsão pessimista! Dizem os quatro economistas:

“Passamos a esperar recessão técnica no primeiro semestre de 2022 com o PIB avançando apenas 0,4% no próximo ano. O IPCA  deve atingir 4,2% e o BC (Banco Central) deve responder a este cenário, acelerando o ritmo de alta com 150 pontos base no próximo Copom (quarta-feira, 27) e a Selic atingindo 10,5%.”

Resumindo: está vindo mais turbulência para o avião da economia.

YPIÓCA EM LINHA COM A SUSTTABILIDADE

Boa iniciativa adotou a multinacional de bebidas Diageo, dona, entre outras, das marcas Ypióca, Johnnie Walker e Tanqueray: ela reciclou 4,32 toneladas de resíduos plásticos oriundas da operação industrial da Ypióca. 

Tampas de garrafas, filmes plásticos e meias garrafas PET, reunidas em coleta seletiva, foram transformadas em 1.125 kits de utensílios, como caneca, pote com tampa e balde, todos doados à filial cearense da Cruz Vermelha e a comunidades cearenses. 

A iniciativa, em andamento desde junho, é um projeto piloto de sustentabilidade com planos de expansão. 

A fábrica da Ypióca é, desde 2018, “zero landfill”, ou seja, nenhum resíduo é enviado para aterro sanitário. 

Além disso, hoje 100% dos resíduos gerados na Ypióca são reciclados e, adequadamente, enviados para reuso, reciclagem ou coprocessamento. 

A Diageo informa que tem objetivos de sustentabilidade traçados até 2030, na sua atuação em âmbito mundial, segundo o seu plano “Sociedade 2030: Espírito do Progresso”.