Ontem, 16, terceiro dia de imersão do time de 40 empresários e executivos que a Fiec reuniu e levou a Londres para a Imperial College, segunda melhor universidade do mundo, os cearenses ouviu os professores PHDs dissertarem sobre temas que impactam diretamente o mundo dos negócios e a vida das pessoas: Inteligência Artificial, finanças, aprendizado de máquinas e tecnologias do futuro.
O Presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, afirmou que todas as temáticas trazidas para o grupo são de grande relevância para o desenvolvimento da indústria e do próprio Estado do Ceará.
“A tecnologia do futuro não é algo distante. Ela já está aqui, moldando nosso presente e nos forçando a pensar sobre o que virá a seguir. Empresas, governos e instituições precisam preparar -se para esse novo mundo e é exatamente por isto que viemos até aqui. O objetivo é que nós - industriais, governo, universidade e instituições - possamos de mãos dadas entender toda essa disrupção, e que a gente possa levar esse legado para o nosso Estado, para nossas empresas e para toda a Federação”, disse Cavalcante.
De acordo com informe transmitido pela Fiec a esta coluna, a programação de ontem teve início com a sessão acadêmica intitulada “Tecnologia do Futuro Liberada”, conduzida por David Shrier, executivo referência em inovação e disrupção tecnológica, com ampla experiência tanto na academia quanto na indústria.
Shirier é autor de sete livros, incluindo Augmenting Your Career (2021) e Global Fintech (2022), e compartilhou com o grupo ensinamentos e lições preciosas de seus estudos e experiências. Atualmente, é CEO da Esme Learning Solutions e da Adit EdTech Acquisition Corp., tendo gerado US$ 9 bilhões em iniciativas de crescimento para empresas da Fortune 1000.
Em seguida, o time cearense participou do painel “Garantindo Justiça: Testando IA em Finanças para Equidade e Responsabilidade”, com Ruth Misener, mentora expert em Algoritmos de Otimização para Problemas Complexos; Ansgar Walther, referência em Economia Financeira e Regulamentação Bancária; e Tarun Ramadori, PhD em Finanças e Especialista em Mercados Emergentes. Os três professores fizeram uma abordagem centrada no impacto crescente da Inteligência Artificial (IA) no setor financeiro, gerando insights e debates sobre as dinâmicas dos mercados financeiros e os efeitos das políticas regulatórias
O secretário da Fazenda (Sefaz) do Governo do Ceará, Fabrizio Gomes, que integra a missão, destacou que o conhecimento que vem adquirindo durante a experiência será aplicado no estado para melhorar a vida das pessoas.
“A gente já usa IA na Sefaz. Mas, vir a Londres para conhecer novos modelos, novas opções, é recolher ensinamentos para dinamizar ainda mais nosso trabalho. É muito importante ter acesso a todas essas tecnologias, a toda a inovação que vem mudando o mundo. Certamente, terá uma grande aplicabilidade e esse será um diferencial para a gente. Outro aspecto que destaco deste programa da Fiec é a temática da liderança. Entender a necessidade de ter equipes multidisciplinares e uma liderança cada vez mais compartilhada é fundamental para conseguir resolver problemas cada vez mais complexos. Isso faz a diferença e estar aqui tendo esse aprendizado está muito bom”, disse o secretário.
À tarde, a programação seguiu com a sessão “Revolucionando a química: o papel da IA generativa no design de moléculas e Inovação Industrial”, com Ruth Misener e os fundadores da empresa Solve, Linden Schrecker e Jose Pablo Folch. A empresa é fruto de uma parceria entre a Imperial College e a Basf, indústria química global. Ela está usando técnicas inovadoras de processamento químico para criar grandes conjuntos de dados sobre reações químicas, que serão usados para treinar modelos de aprendizado de máquina visando prever rapidamente as melhores maneiras de fabricar produtos químicos de alto valor. A tecnologia foi projetada para permitir que empresas químicas escalem a fabricação de novos produtos químicos mais rapidamente e otimizem os processos de fabricação. Isso poderia tornar a produção química mais sustentável ao ajudar a mudar de materiais tóxicos para benignos, bem como minimizar o desperdício e reduzir o uso de energia. Também é esperado que reduza os custos de instalação e operação de instalações de fabricação e torne as cadeias de suprimentos mais resilientes a mudanças na disponibilidade de matérias-primas.
Por fim, a programação do terceiro dia do Programa foi encerrada com um painel sobre a parceria pioneira do Museu de História Natural de Londres com a Amazon Web Services. Pete Ward, Diretor de Parcerias Corporativas do Museu, e Hilary Tam, Líder de Sustentabilidade e ESG na Amazon Web Services apresentaram como a parceria proporcionou a aplicação de IA para a digitalização do acervo e a transformação digital do Museu, enriquecendo a experiência dos visitantes.
Felipe Gurgel, CEO da Durametal e Vice-Presidente do Simec, afirmou que o Programa tem trazido insights muito importantes e profundos sobre as principais tendências globais de produtividade proporcionadas pela IA. “A inteligência artificial já é um diferencial competitivo. A gente consegue pensar, com os conteúdos que estamos estudando aqui em IA, em todas as áreas da indústria - não só a área administrativa, mas também a área de manufatura. Ficam muitas lições e aprendizados para a gente ver como consegue levar para dentro da nossa indústria, para dentro da nossa realidade”, opinou.
O diretor Administrativo-Financeiro do Sebrae Ceará, Reginaldo Lobo, considera que esta edição do Programa vem consolidar os conhecimentos adquiridos na edição do ano passado, realizada no MIT, em Boston, nos Estados Unidos. “Aqui em Londres, a gente vem consolidando um conjunto de ideias que com certeza nos facilitará a transformação de nossas instituições e dos nossos negócios, de tal forma que a gente possa contribuir no processo de desenvolvimento do Estado do Ceará. Todas as temáticas são muito pertinentes. Entretanto, IA não é só sobre tecnologia. O desafio que fica para as lideranças é como colocar as pessoas no centro dessa estratégia”, frisou.