Avança na velocidade do frevo o programa Fertilização in Vitro (FIV), idealizado pela Federação da Agricultura e Pecuária (Faec) e executado, desde o primeiro semestre do ano passado, em parceria com o Sebrae-Ceará, cujo diretor técnico, Alci Porto, não esconde seu entusiasmo, ao informar que, nos municípios de Milhã e Senador Pompeu, onde a iniciativa foi pioneiramente instalada, melhorou bastante a produtividade e a qualidade do rebanho leiteiro.
Alci Porto revela outro dado surpreendente: a FIV, um inédito programa de distribuição de embriões aos pequenos pecuaristas do Ceará, “está garantindo o nascimento de 91% de fêmeas”. Resumindo: preparem-se porque a produção cearense de leite bovino vai aumentar no curto prazo.
Acompanhando com lentes de lupa o desenvolvimento da FIV, o presidente da Faec, Amílcar Silveira, expõe o mesmo entusiasmo do seu parceiro Alci Porto. Ele informa:
“Os embriões gerados via FIV pelos criatórios especializados têm um salto genético de cinco a sete gerações, ou seja, um avanço genético mínimo de 25 anos, enquanto a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) avança no máximo cinco gerações, uma vez que dependem da seleção genética das matrizes que serão inseminadas.”
De acordo com a Agência Sebrae de Notícias, o FIV pretende beneficiar, no Ceará, mais de 900 pequenos produtores com 2.700 prenhezes ao longo de sua duração, que será de três anos. A agência informa que quase três mil animais de alto valor genético, oriundos de doadoras e reprodutores testados e avaliados em provas de desempenho genético, passarão a integrar o rebanho cearense.
Um detalhe do programa chama a atenção: os laboratórios produtores dos embriões têm de ser, obrigatoriamente, certificados pelo Ministério da Agricultura, o que assegura a qualidade das consultorias que prestam serviço à Faec e ao Sebrae-CE para o crescimento e a melhoria da qualidade genética do rebanho bovino leiteiro cearense.
Os frutos do FIV já começaram a ser colhidos. O pequeno produtor rural Francisco Edmar, de Milhã, viu sua produção de leite crescer de 80 para mais de 400 litros/dia.
“Estamos crescendo por causa do programa e acredito que vamos crescer mais ainda com o acompanhamento técnico”, diz ele.
Por sua vez, Amílcar Silveira afirma:
“Nosso foco são os pequenos e médios produtores. Vamos dobrar a capacidade produtiva da vaca com o melhoramento genético e, assim, melhorar a renda do produtor rural com genética de ponta. Nós estimamos que, até o fim de 2025, como consequência do programa, a produção leiteira cearense será acrescida, diariamente, de mais 500 mil litros.